FRENTE PARLAMENTAR GAÚCHA CONTRA O TRÁFICO DE PESSOAS
EXPLORAÇÃO SEXUAL
RS ganha reforço na luta contra tráfico de pessoas. Frente Parlamentar deve detalhar situação no Estado e fortalecer proteção
Hoje, o Rio Grande do Sul dará mais um passo importante na luta contra o tráfico de pessoas. Será lançada na Assembleia Legislativa a Frente Parlamentar sobre Pessoas Desaparecidas, que realizará um trabalho de detalhamento da situação no Estado, além de fortalecer a rede de proteção às vítimas do tráfico de pessoas.
O Rio Grande do Sul registrou, somente no ano passado, o desaparecimento de 4.696 pessoas. Parte delas foi vítima do tráfico de seres humanos. Esse tipo de crime induz pessoas a irem a outros Estados ou países na esperança de um futuro melhor. Entretanto, o que encontram ao chegar ao destino é uma realidade longe do que lhes foi prometido.
– Fui porque me falaram que eu iria ganhar muito dinheiro. Uns R$ 20 mil por mês – conta uma jovem gaúcha de 25 anos que recentemente foi vítima de um esquema de exploração sexual (o nome e a cidade da mulher foram mantidos em sigilo por segurança).
Com mais de 30 mulheres de diversas regiões do Brasil, algumas inclusive com menos de 18 anos, a jovem viajou ao Pará após receber a proposta. Entretanto, ao chegar ao destino, no município de Altamira, oeste do Estado, o que encontrou foram condições precárias de moradia e a impossibilidade de voltar para casa.
O crime foi denunciado por uma adolescente gaúcha de 16 anos que fugiu do estabelecimento onde as jovens eram mantidas. Após a ocorrência, as mulheres foram liberadas e os responsáveis, presos.
Dados do Rio Grande do Sul são de 2004
O perfil das pessoas desaparecidas no Estado segue a tendência do restante do país. Mais de 60% são mulheres, grande parte com idades entre 12 e 16 anos. Isso indica que a maioria é vítima do tráfico de pessoas, em especial para exploração sexual, comenta a Coordenadora do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no RS, Alexia Meurer. Porém, o Estado ainda carece de dados precisos. Os últimos números são de 2004.
– O Rio Grande do Sul ainda não consegue falar muito sobre sua situação. A Rede Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas existe há sete anos, mas somente em 2012 nosso Estado passou a fazer parte – explica Alexia.
Conforme relatório divulgado pela CPI do Tráfico de Pessoas em novembro de 2012, o Brasil possui 241 rotas nacionais e internacionais de tráfico de pessoas. Destas, 28 são na região sul do país. Para a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, isso ocorre porque o Rio Grande do Sul faz fronteira com dois países e conta com rodovias que o conectam com os demais Estados.
JAQUELINE SORDI
Hoje, o Rio Grande do Sul dará mais um passo importante na luta contra o tráfico de pessoas. Será lançada na Assembleia Legislativa a Frente Parlamentar sobre Pessoas Desaparecidas, que realizará um trabalho de detalhamento da situação no Estado, além de fortalecer a rede de proteção às vítimas do tráfico de pessoas.
O Rio Grande do Sul registrou, somente no ano passado, o desaparecimento de 4.696 pessoas. Parte delas foi vítima do tráfico de seres humanos. Esse tipo de crime induz pessoas a irem a outros Estados ou países na esperança de um futuro melhor. Entretanto, o que encontram ao chegar ao destino é uma realidade longe do que lhes foi prometido.
– Fui porque me falaram que eu iria ganhar muito dinheiro. Uns R$ 20 mil por mês – conta uma jovem gaúcha de 25 anos que recentemente foi vítima de um esquema de exploração sexual (o nome e a cidade da mulher foram mantidos em sigilo por segurança).
Com mais de 30 mulheres de diversas regiões do Brasil, algumas inclusive com menos de 18 anos, a jovem viajou ao Pará após receber a proposta. Entretanto, ao chegar ao destino, no município de Altamira, oeste do Estado, o que encontrou foram condições precárias de moradia e a impossibilidade de voltar para casa.
O crime foi denunciado por uma adolescente gaúcha de 16 anos que fugiu do estabelecimento onde as jovens eram mantidas. Após a ocorrência, as mulheres foram liberadas e os responsáveis, presos.
Dados do Rio Grande do Sul são de 2004
O perfil das pessoas desaparecidas no Estado segue a tendência do restante do país. Mais de 60% são mulheres, grande parte com idades entre 12 e 16 anos. Isso indica que a maioria é vítima do tráfico de pessoas, em especial para exploração sexual, comenta a Coordenadora do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no RS, Alexia Meurer. Porém, o Estado ainda carece de dados precisos. Os últimos números são de 2004.
– O Rio Grande do Sul ainda não consegue falar muito sobre sua situação. A Rede Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas existe há sete anos, mas somente em 2012 nosso Estado passou a fazer parte – explica Alexia.
Conforme relatório divulgado pela CPI do Tráfico de Pessoas em novembro de 2012, o Brasil possui 241 rotas nacionais e internacionais de tráfico de pessoas. Destas, 28 são na região sul do país. Para a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, isso ocorre porque o Rio Grande do Sul faz fronteira com dois países e conta com rodovias que o conectam com os demais Estados.
JAQUELINE SORDI
ENTREVISTA - “Nos fazem mil promessas”
Gaúcha de 25 anos vítima de exploração sexual
Com mais de 30 vítimas, gaúcha de 25 anos foi traficada para o município de Vitória do Xingu, sudoeste do Pará, com a promessa de receber uma grande quantia em dinheiro para realizar programas sexuais. Ao chegar ao local, a boate Xingu, deparou com condições precárias de moradia. Confira trechos da entrevista:
Zero Hora – Como os criminosos te encontraram?
Vítima – Eu já era garota de programa antes, mas eles nos fazem mil promessas e nos iludem.
ZH – Como foi quando vocês chegaram ao local?
Vítima – Chegando lá, não era nada daquilo que a gente pensava. Havia umas 30 meninas, e dois banheiros para todas. Lá pelas 2h, 3h, eles desligavam os geradores, e ficávamos no escuro até clarear.
ZH – Você recebia pelos programas que fazia?
Vítima – Sim, uns R$ 150 com cada programa.
ZH – Você tentou ir embora?
Vítima – Pedi várias vezes para me levarem ao aeroporto para voltar, mas eles me enrolavam.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - PARABENIZO OS PARLAMENTARES GAÚCHOS PELA INICIATIVA. Além de dar guarida às famílias das vítimas, esperança nas buscas e aprimorar as leis referentes a este grave problema social e criminal, a Frente poderia estudar, analisar e propor a criação da Polícia Nacional de Fronteiras para a vigilância e patrulhamento permanente ao longo das fronteiras do Brasil. Para facilitar esta ideia, eu venho defendendo a transformação da Polícia Rodoviária Federal em Polícia Nacional de Fronteiras, por ser uma polícia atuante e experiente contra o tráfico e para cumprir o princípio da responsabilidade territorial das unidades federativas, já que repassa o policiamento de trânsito das rodovias para as Polícias Estaduais. A PF está sendo desgastada, desacreditada e enfraquecida ao ser obrigada a cumprir uma missão sem a capacidade de uma força ostensiva. Só inteligencia, ações superficiais das FFAA e delegação de atribuições de competência exclusiva federal para os Estados não vão conter os crimes que passam pela fronteira.
Fonte: http://policiadefronteira.blogspot.com.br
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