quinta-feira, 27 de junho de 2013

Regional Sul 3 da CNBB lançará cartilha sobre acompanhamento aos imigrantes haitianos

Padre João Marcos Cimadon diz que material visa atender agentes de pastoral e empresários

O Setor de Migrações do regional Sul 3, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, está em fase de conclusão da cartilha que oferece diretrizes pastorais para o acompanhamento dos imigrantes haitianos, que têm como um dos destinos no Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul.

De acordo com o padre João Marcos Cimadon, (CS), assessor do Setor de Migrações, nesta etapa a preocupação é atender aos agentes pastorais e empresários que contratam o trabalho dos haitianos, mas já está prevista também uma publicação que possa atender ao setor público, de forma a motivar uma abordagem de acolhimento aos trabalhadores imigrantes. 

Padre João Marcos explica que desde 2010, quando os imigrantes haitianos começaram ao chegar ao Brasil, muitas experiências foram sendo vivenciadas, tanto pelos scalabrinianos, como pelas organizações sociais que também colaboram com conteúdos para finalização da cartilha. 

O conteúdo aborda desde as motivações da imigração dos haitianos para o Brasil, até as formas mais adequadas de abordagem, em uma visão de direitos humanos. 
A cartilha com diretrizes para o acompanhamento dos haitianos traz como tópicos: a trajetória dos haitianos e sua luta pela libertação; a instabilidade política; o terremoto de 2010 e atual situação com a intervenção militar estrangeira do país; porque os imigrantes haitianos escolheram o Brasil para migrar e a postura legal do governo brasileiro diante da necessidade de entrada dos imigrantes no país. 

O material estará disponível para os agentes de pastoral até o final de julho. 

Missão Scalabriniana leva acolhida aos migrantes do único porto marítimo do RS

Apostolado do Mar atende os estrangeiros que ali chegam ou trabalham desde 2009

Único porto marítimo do RS e o mais meridional do Brasil, o Porto do Rio Grande é um importante instrumento de desenvolvimento socioeconômico e ambiental do governo gaúcho e brasileiro. No último ano, o porto registrou recordes de movimentação, ultrapassando 30 milhões de toneladas movimentadas.

Devido a sua profundidade privilegiada e à proximidade com os países da Bacia Hidrográfica do Prata, Rio Grande também está se consolidando como o principal porto do Mercosul. Além disso, possui a vantagem de ter trabalhadores capacitados, operadores portuários qualificados e terminais privados com modernas estruturas.

Esses fatores são responsáveis pela presença de milhares de trabalhadores provenientes de todo o país, além de profissionais estrangeiros contratados especialmente pela indústria naval devido à urgência dos contratos e à insuficiência de brasileiros qualificados para o setor.

O transporte rodoviário também cresceu muito. A duplicação da Rodovia Rio Grande - Pelotas já está em fase de conclusão, além de ter sido já iniciada a duplicação de BR 116 no trecho Porto Alegre - Pelotas.

Diante desta realidade da migração e da presença crescente de marinheiros da marinha mercante, os Padres Scalabrinianos decidiram abrir a Missão do Apostolado do Mar no Porto de Rio Grande e dar um apoio à diocese na Pastoral do Migrante, que é prioridade da diocese. 

A Missão em Rio Grande iniciou em março de 2009 com o Pe. Giovanni Corso para iniciar o Apostolado do Mar. Com o apoio do bispo e da igreja local e em parceria com a igreja Luterana, iniciou os contatos com as autoridades policiais e portuárias para poder desenvolver legalmente o trabalho de visitação dos marinheiros nos navios.

O Apostolado do Mar, Stella Maris, dá apoio aos marinheiros em algumas necessidades humanitárias, especialmente de comunicação, mas também a assistência religiosa é dada para os que pedem. Com frequência são celebradas Missas a bordo de navios, especialmente os de tripulação filipina. 

Em 2010 para dar mais estabilidade e apoio ao trabalho, foi assumida também a Paróquia São Judas Tadeu, na área do Porto Novo, pelo Pe. Heitor Di Domenico para assumir a Paróquia e colaborar com o Pe. Giovanni Corso na missão. Desde então busca-se fazer um trabalho em conjunto entre o Apostolado do Mar e a Paróquia, unidos com a Pastoral dos Migrantes. 

Após conseguir as licenças necessárias conforme as leis internacionais de segurança nos portos iniciou-se o trabalho de visitação aos navios. 

Em conjunto com a Pastoral do Migrante da diocese, os missionários scalabrinianos continuam com a Missão do Apostolado do Mar realizamos visitas fraternas, assistência religiosa e atendimentos emergenciais nos alojamentos que se estendeu ao caminhoneiros e a juventude universitária na intenção de atingir as diversas formas de migração. 

Com informações do Pe. Heitor Di Domênico

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A república sentimental do Haiti

Cerca de 500 haitianos se espalham pela periferia de Curitiba e região. Eles recolhem os enganados pelos “coiotes” e juntam os tostões para trazer suas famílias.
Charles Vallon, 30 anos, é economista; Emanuel Giraut, 25, estudante de Direito; Jean Robert, 46, professor do ensino básico; Wilgens Seneus, 26, faz design de joias. Nenhum dos quatro atua na área. Quando lhes perguntam em que gostariam de trabalhar, respondem que “procuram serviço na construção civil”, área de atuação que melhor paga os imigrantes haitianos que fizeram de Curitiba e Região Metropolitana seu porto a partir de janeiro de 2012.

Os dados não são absolutos. De acordo com a Polícia Federal, 247 haitianos vivem em Curitiba. Para a Pastoral do Migrante – serviço da Igreja Católica envolvido com a acolhida dos viajantes –, seriam pouco mais de 500. Em média, 12 por dia recorrem à pastoral, que funciona na Avenida Manoel Ribas, em Santa Felicidade. Procuram ocupação profissional nas 20 empresas voluntárias, roupas, alimentos, orientação da assistente social Elizete Sant’Anna e do padre Gustot Lucien, 40, haitiano com uma década de Brasil, convertido em autoridade no assunto.
Os recém-chegados têm em comum não só a memória do terremoto de 2010 – é raro algum que não tenha pelo menos um parente morto ou mutilado na tragédia. Eles são jovens e jovens adultos – entre 24 e 44 anos –, homens na maioria, têm estudo fundamental, são casados ou comprometidos, falam francês e creole. Não fosse a língua, estariam em condições melhores do que a maioria dos brasileiros médios.
Enfrentaram longa viagem até aqui, com passagens atribuladas pelo Acre e Mato Grosso. Querem fazer a vida no Paraná, apesar do frio nunca antes experimentado e dos vizinhos, que ainda os olham com desconfiança. Acreditam que devem começar pelo serviço de pedreiro, função mais adequada para quem aprende português “na marra”. Para as mulheres, a cozinha, desde que não precisem voltar de madrugada, algo quase proibitivo para uma haitiana.
Não é tudo. A construção civil paga entre R$ 1,2 mil e R$ 2 mil, com benefícios, garantia de que um haitiano empregado poderá realizar o maior de todos os desejos: trazer mulher e filhos para o Brasil, deixando-­os perto de um final feliz. A reportagem da Gazeta do Povo conversou com cerca de 30 imigrantes da ilha caribenha. Com exceção de um, que perguntou qual o segredo para namorar uma brasileira, todos os outros contaram juntar os tostões para trazer a família. Uma viagem dessa não sai por menos de R$ 2,5 mil. Poucos, por enquanto, conseguiram arcar com as despesas.
Saudade
Os haitianos encontram dificuldades de emprego, de moradia, de adaptação e o olho vesgo da população. Mas nenhum problema é maior do que o sentimental. A maioria está há mais de um ano longe da mulher e dos filhos, vivendo em alojamento, num país de hábitos e idioma estranhos. Tímidos, há quem pergunte se, por acaso, o governo brasileiro – que facilitou os vistos de entrada – não pensa em trazer o resto das famílias. “Cada noite sinto mais saudade”, admite Dieunel Saintilus, 27, operário do Shopping Pátio Batel, ao lado de outros oito conterrâneos ali empregados.
Os haitianos têm fama de resistentes à pobreza e às adversidades. E de alegres – uma meia verdade. “Não é tudo tão bonito como parece”, comenta Elizete, sobre o grupo que chama atenção pelo asseio e educação principesca. Muitos foram enganados por coiotes, que lhes venderam a ilusão do Paraná rico e cobraram caro por isso – até US$ 2,5 mil. Houve quem deixou profissão e segurança. É comum relatos sobre médicos e poliglotas entre os refugiados. “Temo quando começam a se deprimir”, confessa padre Gustot, ao contar de uma jovem que acaba de ajudar a voltar ao país. Tudo indica que um período de retorno de muitos outros deva se seguir.
A conta para os haitianos, afinal, é mais complicada do que parece. Eles vivem em repúblicas espalhadas por bairros como Boa Vista e Butiatuvinha; em cidades como Colombo, Pinhais e São José dos Pinhais. Como não conseguem fiadores, alugam casebres em ocupações irregulares, o que não lhes sai barato. Um quarto e sala numa favela pode custar R$ 500 ao mês. Dividem todas as despesas de cama e mesa. Solidários, acolhem os colegas sem-teto, o que faz com que numa casa haja sempre uma parcela desempregada. “Encontrei dois na Rodoviária. Trouxe-os comigo”, conta Garnet Castin, 31, sobre haitianos passados para trás pelos “coiotes” e abandonados ao chegar.
Um dos maiores orgulhos da comunidade é dizer que não há nenhum haitiano mendigo. Dentro das casas, chama atenção a ordem e a limpeza, contrastando muitas vezes com as vilas em que estão. A mendicância, aliás, é uma das muitas coisas do Brasil que não entendem. “Deve ser destino”, arrisca o ex-comerciante e candidato “à obra” Luiz Vicente, 30 anos. Ele divide uma pensão da Rua do Rosário, Centro de Curitiba, com outros 30 compatriotas. Em três meses, vira-se bem no português, uma exceção à regra. Não leva o menor jeito para erguer paredes – mas promete levantar muitas até trazer sua noiva para o Mundo Novo. É seu sonho. O segundo, trabalhar numa loja. “Por que não? Sou bom nisso”, garante. Recado dado.
Haiti é aqui
Fragmentos de um país em Pinhais e no Butiatuvinha
• Repúblicas
Uma casa haitiana, com certeza, é habitada por até uma dezena de pessoas, todas debaixo de regras – camas sempre arrumadas, turma da cozinha a postos e rateamento das despesas. Há necessidade de ser aceito pelos vizinhos, daí a observação do silêncio e dos modos. Em Pinhais, na Rua Alzira Rodrigues da Silva, duas casas geminadas abrigam novos paranaenses como Exumo, Ebelson, Damisson, Edmont, Altidor e Demostherne – este um líder da pequena comunidade. Metade dos moradores está sem emprego e sai todo dia atrás de vagas. Para quem não fala português, as oportunidades são pequenas. A família sabe pouco do que se passa aqui. Uma ligação de cinco minutos para o Haiti custa R$ 13 – proibitivo para os recém-chegados.
• Ocupações
A vila Três Pinheiros, no Butiatuvinha, já é conhecida na região de Santa Felicidade como o pequeno Haiti. Há pelos menos cinco comunidades na ocupação, pelo menos duas delas recém-formadas. Uma é só de moças – empregadas em redes de farmácia. A dona de um pequeno mercado garante que entende tudo o que os novos vizinhos falam, mas a mímica ainda impera. Uma das urgências para a nova comunidade são as aulas de português e a integração ao sistema de ensino.
Bon soir
Salão ao lado de igreja, em Santa Felicidade, é único território haitiano em Curitiba
• Em francês
A Pastoral do Migrante atende a pessoas de qualquer país, mas, de um ano para cá, o espaço está ocupado pelos haitianos. Diferente de nacionalidades como a paraguaia ou a boliviana, eles não dispõem de um espaço comum. Resta-lhes o salão ao lado da Paróquia São José, em Santa Felicidade. Naqueles aproximados 80 metros quadrados, a língua extraoficial é o francês e o crioulo. Bon soir, dizem os haitianos quando chegam diante da assistente social Elizete Sant’Anna.A falta de emprego e a dificuldade de adaptação faz com que muitos cheguem ali em busca de ajuda.
• Na fila
Vindos de uma economia informal, muitos haitianos estranham as leis trabalhistas brasileiras. Há 9 mil deles no país. Sofrem com os horários. Discordam de tantos descontos. O trabalho noturno é pouco tolerado pelas mulheres. Não faltam denúncias de exploração e calotes. Há quem veja na vulnerabilidade haitiana motivos para lhes pedir préstimos para os quais não foram contratados.
• Vodu
A maior parte dos haitianos se declara católico, embora também entre eles seja crescente o número de evangélicos. Do vodu, culto afro predominante no Haiti, fala-se pouco, talvez por medo do prec 

quarta-feira, 19 de junho de 2013


Haitiano é furtado na Rodoviária de Cascavel no Paraná

                     
Cettrans
A mala foi encontrada vazia
              
O haitiano Ronald Augustamar, 26 anos, está no Brasil há cinco meses e teve a mala furtada no Terminal Rodoviário em CascavelO passageiro, que seguiria viagem a Coronel Vivida, onde encontrou um emprego, aguardava pelo ônibus quando saiu à procura de um banheiro e deixou a mala no saguão da rodoviária. Ao retornar ele constatou que a mala havia sido levada.

A Polícia Militar foi acionada e saiu à procura do ladrão. A mala foi encontrada próxima à rodoviária. Um par de tênis, R$ 400 em dinheiro e todos os pertences que estavam na bolsa foram furtados.

Nenhum suspeito foi localizado. No entanto, a Cettrans divulgou imagens da câmera de segurança do local, que devem auxiliar na identificação dos responsáveis pelo roubo.

Fonte: http://haitianosbrasil.blogspot.com.br/


Empresa contrata 220 haitianos para trabalhar em Maringá

no Paraná                        
                           


Arquivo/ GT Foods
Para aumentar exportação de frangos, grupo busca mão de obra no exterior                   

Redação RIC Mais
              
Um dos grandes grupos que atua no comércio de frangos no sul e sudeste do Brasil vai trazer 220 haitianos para trabalhar na região de Maringá. Já é a terceira ação desse tipo realizada pela GT Foods em 2013.

O setor responsável pela contratação afirma que falta mão de obra no País e por isso é necessário buscar profissionais em outros lugares. Com os novos trabalhadores, a empresa espera aumentar a capacidade de exportação, para atender a um público cada vez maior.

Para ajudar na mudança, segundo a GT Foods, os haitianos ficam alojados e recebem alimentação gratuitamente por três meses – até adquirirem estabilidade financeira. Depois desse período eles passam a pagar as próprias despesas com o salário.

Fonte: http://haitianosbrasil.blogspot.com.br/


Outra reportagem também no http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-2edicao/videos/t/maringa/v/haitianos-buscam-emprego-no-parana/2644136/

Em 10 anos, 14 mil gaúchos retornaram do Exterior


 Em meio à tendência de retorno dos brasileiros que deparam com a crise no Exterior, a constatação: os que voltam para o Estado têm renda média de quase três salários mínimos, superior à média nacional
 A economia brasileira sem maiores sobressaltos nos últimos anos e o desemprego em um dígito (5,8% em abril), contrastados com a crise que deixa 23 milhões de pessoas desocupadas na Europa, provocam, no Brasil, o que já é chamado de Operação Retorno.
Para o Rio Grande do Sul, vieram 14 mil (4,7%) do total dos 298.874 chamados retornados. Com um detalhe: a média salarial de quem chega ao Estado é de 2,94 salários mínimos, superior à média nacional dos que voltam, de 2,35 salários.
Os dados são de estudo feito com exclusividade para Zero Hora pelo demógrafo Wilson Fusco, que vive na França, onde cursa pós-doutorado sobre migração e identidade. O retorno de brasileiros entre 2001 e 2010, segundo Fusco, teve aumento de 60% em relação à década anterior. Na média, são pessoas de 30 anos.
Pelos dados do Itamaraty, resultantes de apurações nos consulados, reduziu-se em quase 20% o número de brasileiros residentes no Exterior (de 3 milhões para aproximadamente 2,5 milhões). A ministra Luiza Lopes da Silva, diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, avalia que o retorno é complicado e, por vezes, frustrante.
— É importante termos consciência de que o movimento é intenso e que, quando o imigrante retorna, o problema não termina. É preciso que lhes mostremos o caminho das pedras. Temos de ajudá-los a se situar — diz a ministra.
Publicitária de formação, Adriana Coelho, 41 anos, viveu a infância e a juventude entre Canoas e Porto Alegre, e, aos 30, em dezembro de 2002, foi para Coimbra, em Portugal. Há três meses, Adriana retornou. Vive em um apartamento no centro de Canoas, dá aulas de inglês em Porto Alegre e ainda mantém roupas e livros espalhados em uma ampla sala.
— Eu estava empregada, mas ganhava pouco e não via perspectivas. Cheguei aqui e, em uma semana, já tinha duas entrevistas de emprego. Se Portugal não estivesse em crise, não sei se voltaria — conta ela.
Adriana trabalhava como vendedora em uma loja de scrapbooking (montagem de fotos em painel) e fazia traduções. Casou-se com um português, professor de história da arte, de quem depois se separou. Restou a amizade, com o ex-marido e com outros portugueses. Quando se comunicam, todos lhe indagam o mesmo: “As coisas estão mais fáceis aí?”
Sua resposta é: há mais emprego, realmente. Mas a carestia e a violência assustam a gaúcha. Arrependimento?
— Não, estou muito feliz por ter voltado — diz Adriana com o sotaque brasileiro dando o tom para frases com expressões portuguesas.
No final de março, para orientar o contingente de pessoas que pretendem voltar ao Brasil, o governo lançou o Portal do Retorno (http://retorno.itamaraty.gov.br). Objetivo: explicar procedimentos burocráticos úteis, como a possibilidade de contar o tempo de trabalho fora do país para aposentadoria.
Os dados do Itamaraty se baseiam mais em estatísticas. A exceção é o Japão, onde todos os imigrantes são cadastrados pelo governo local. De 2007 a 2012, o número de brasileiros no país caiu de 313 mil para 193 mil. Um deles é Eduardo Oikawa, 68 anos, que voltou a São Paulo depois de 19 anos e trabalha como motorista.
— Primeiro foi o choque da crise. Depois, quando parecia que ia melhorar, veio o terremoto (de Fukushima, em 2011). Mas, para uma pessoa com a minha idade, as coisas não são fáceis no Brasil — afirma Oikawa.

Com a família europeia, um negócio aberto na Capital
A porto-alegrense Isadora Bressiani estava havia nove anos vivendo seu cotidiano em Londres. Formada em Administração de Empresas, conseguiu bom emprego no setor financeiro de uma multinacional. Tão tranquila era sua vida que se apaixonou pelo sueco Anders Hoji, colega de trabalho. O flerte era um sinal de o quanto tudo corria bem, de como Isadora estava à vontade no país onde foi morar. O namoro veio em seguida. E o casamento.
Tudo ótimo, dizia ela diariamente ao refletir sobre a nova vida.
Um ano e nove meses atrás, tiveram sua filha, a loirinha de olhos azuis Isabella. Mas havia um problema inquietante: Isadora estava enfarada no emprego e não via outras perspectivas. Feliz na vida pessoal, mas insatisfeita na profissional. Hoji compreendeu que a mulher precisava de mudanças e topou fazer parte desse processo.
Começaram, então, a surgir informações a respeito das oportunidades que apareciam no Brasil. Hoji sempre tivera o sonho de abrir o próprio negócio. As peças se encaixavam. E eles decidiram: viriam para o Brasil.
— Como foi isso, ele aceitou tranquilamente? — pergunta Zero Hora.
— A iniciativa foi dele, que me viu triste e sempre quis abrir algum negócio, seja onde fosse. Começamos a ver que as coisas estavam bem por aqui, e a decisão foi tomada. No Brasil, temos um mundo a ser desenvolvido. Na Grã-Bretanha, sentíamos que as coisas já estavam estagnadas.
Feito o carreto, como se diz na terra onde vão viver. Isadora, 34 anos, está em Porto Alegre de vez. Hoji, 32, vem aos poucos. Já se demitiu, mas prepara a mudança radical na sua vida. O importante é que os dois já trataram de montar seu negócio. Abriram a empresa OnTheGo, de sobremesas de frutas, com produtos importados da Itália.
— Estou muito otimista. Estou certa de que seremos felizes aqui — diz Isadora, que foi para a Europa e trouxe uma família.
 Léo Gerchmann

Missa de abertura da Semana do Migrante em Curitiba- PR

       TV Evangelizar acompanhou a missa de abertura.





Na semana de 16 a 23 de junho de 2013, a Igreja no Brasil

 celebra a 28ª Semana do Migrante e a TV Evangelizar 

acompanhou a missa de abertura realizada na Paróquia São

 Pedro do Umbará, em Curitiba.

Mesmo sob chuva, fiéis participaram e se emocionaram

 durante a celebração campal promovida pela Pastoral do 

Migrante no Osternak, local onde se concentra a migração

atual. A chuva não desmotivou o povo que se reuniu e foi

 uma linda celebração de acolhida e fé!!!



Confira no link:

http://www.youtube.com/watch?v=Qz-WUNkUXaU

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Com o tema Migração e Juventude, Igreja abre neste domingo 28a. Semana Nacional do Migrante

Jovens são quase metade dos migrantes no Brasil

Abre neste domingo nas dioceses do Brasil, a Semana Nacional do Migrante, na sua vigésima oitava edição, realizada pelo Serviço Pastoral do Migrante, SPM, e que, neste ano, reflete sobre Juventude e Migração, acompanhando a Campanha da Fraternidade e a Jornada Mundial da Juventude. 

A Semana Nacional do Migrante prossegue até 23 de junho, Dia Nacional do Migrante e véspera do dia de São João Batista, trazendo o tema: Migração e Juventude, e o Lema: “No passo da estrada, o bem viver". 

A reflexão proposta pelo SPM apresenta o cenário que envolve a juventude no Brasil e reforça o poder de transformação dos jovens, suas lutas, sonhos e possibilidades. 

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, de 2012, apontam que os Jovens são quase metade dos migrantes no Brasil. De acordo com o Censo IBGE-2010, há cerca de 51 milhões de jovens no Brasil. Destes, cerca de 43 milhões vivem nas cidades e 8 milhões vivem em áreas rurais. Os jovens representam um quarto da população do Brasil. 
Falta de oportunidades para o mercado de trabalho, dificuldades para ingresso e conclusão do ensino superior, drogadição e violência são mencionados como desafios da conjuntura brasileira para os jovens. 

A proposta do Bem Viver convida a juventude a lutar por políticas que lhes tragam garantias de equilíbrio com o objetivo de construir uma sociedade justa e igualitária. 


quinta-feira, 13 de junho de 2013



­                                                
                ARQUIDIOCESE DE CURITIBA
PROGRAMAÇÃO  DA 28ª  SEMANA DO MIGRANTE
16 A 23 DE JUNHO DE 2013
“MIGRAÇÃO E JUVENTUDE – NO PASSO DA ESTRADA O BEM VIVER”
Dizem que os jovens são o futuro do país, esperança viva de um amanhã recriado. Essa é apenas meia verdade, pois é no presente que eles precisam de formação, trabalho, direitos básicos à vida e dignidade humana. Caminhando para a 28ª Semana do Migrante, com o tema “Migração e Juventude” e o lema “No passo da estrada, o Bem Viver”, o Serviço Pastoral dos Migrantes nos convida a dar atenção especial aos jovens! Atentos às curvas e pedras da estrada, queremos também perceber e trilhar o percurso rumo à sociedade do Bem Viver. Nessa jornada, o engajamento dos jovens é indispensável. Pois, com o pé na estrada, eles sonham com um mundo novo. Anunciam o Bem Viver, a sabedoria coletiva, a cidadania sem fronteiras, encontros e reencontros entre diferentes povos, valores e culturas que realizam o convívio universal de pessoas, em harmonia e criatividade com o ambiente. Convidamos você a participar das atividades da 28ª Semana do Migrante, no período de 16 a 23 de Junho de 2013. Procure sua Diocese, paróquia, comunidade ou Pastoral e veja a programação. Serão realizadas celebrações, encontros, oficinas, festas típicas, círculos bíblicos. Junte-se a nós na celebração da vida e no passo da estrada com o Bem Viver!

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DO MIGRANTE – PARÓQUIA SÃO PEDRO DO UMBARÁ.
DIA 16 (DOMINGO) MISSA CAMPAL,  ABERTURA DA SEMANA DO MIGRANTE NA PARÓQUIA SÃO PEDRO DE UMBARÁ. O endereço é: Rua Eduardo Pinto da Rocha em frente a UPS e ao lado do CEI Drumond de Andrade no Osternak.
EM TODAS AS MISSAS DAS DEMAIS COMUNIDADES E NA MATRIZ.
DIA 17 (SEGUNDA-FEIRA) MISSA NA COMUNIDADE NOSSA SENHORA DA MISERICÓRDIA AS 20:00 HS.
DIA 18 (TERÇA-FEIRA) MISSA NA COMUNIDADE NOSSA SENHORA DE FATIMA AS 20:00 HS.
DIA 19 (QUARTA-FEIRA) MISSA NA COMUNIDADE NOSSA SENHORA DOS MIGRANTES AS 20:00 HS.
DIA 20 (QUINTA-FEIRA) MISSA NA COMUNIDADE SÃO JUDAS AS 20:00 HS.
DIA 21 (SEXTA-FEIRA) MISSA NA COMUNIDADE SÃO LUÍZ  AS 20:00 HS.
( Sempre com procissões de uma comunidade à outra.)
DIA 22 (SABADO) MISSA NA COMUNIDADE SÃO SEBASTIÃO  AS 16:00 HS, 

DIA 31 DE MAIO – CORPUS CHRISTI NA PARÓQUIA SÃO PEDRO DO UMBARÁ – UM MOMENTO SOBRE A REALIDADE MIGRATÓRIA HOJE – 10 HORAS –
ATIVIDADES NOS GRUPOS DE CATEQUESE DA VÁRIAS COMUNIDADES E MATRIZ DA PARÓQUIA SÃO PEDRO DO UMBARÁ, BEM COMO NAS ESCOLAS –COM GRUPOS DE REFLEXÃO – circulos Bíblicos ATIVIDADES EM OUTROS ESPAÇOS E LOCAIS.
05 DE JUNHO – CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA NO RECANTO FRANCISCANO COM A COMUNIDADE LOCAL E IMIGRANTES – RESP. IRMÃO ALAIRTON.
12 DE JUNHO DE 2013 – TRABALHO COM OS ADOLESCENTES NA ESCOLA ANGELO TREVISAN EM SANTA FELICIDADE
16 DE JUNHO - MISSA DE ABERTURA DA SEMANA DO MIGRANTE – EM TODAS AS MISSAS NA PARÓQUIA SÃO JOSÉ EM SANTA FELICIDADE – Matriz – e capelas Nossa Senhora Monte Bérico e São Judas Tadeu.
DIA 16 DE JUNHO – CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA – PARÓQUIA BOM PASTOR – VISTA ALEGRE.
16 DE JUNHO – CELEBRAÇÃO COM JOVENS NA CAPELA SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS,  NO TATUQUARA – IR. ALAIRTON.

DIA 17 DE JUNHO (SEGUNDA-FEIRA) –O SPM – SERVIÇO PASTORAL DOS MIGRANTES  PARTICIPARÁ DO PROGRAMA TRIBUNA INDEPENDENTE, NA REDE VIDA!  HORÁRIO: 22:15 ÀS 23:45 A TEMÁTICA REFERE-SE A 28ª SEMANA DO MIGRANTE - MIGRAÇÃO E JUVENTUDE: NO PASSO DA ESTRADA, O BEM VIVER!
 PARTICIPANTES DO PROGRAMA:
PE. MÁRIO GEREMIA – COLEGIADA EXECUTIVA/SPM – MISSIONÁRIO SCALABRINIANO- RIO DE JANEIRO,  LÚCIA BAMBERG VALENTIM – COORDENADORA DO REGIONAL SUL/SPM- LEIGA SCALABRINIANA – CURITIBA – PR E   CARMEM HILARE – COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO  CAMI/SPM – SÃO PAUL0.

DIA 20 DE JUNHO – DIA MUNDIAL DOS REFUGIADOS – MESA DE DEBATES NA UFPR – 19 HORAS – PE GUSTOT LUCIEN – COORDENADOR DA PASTORAL DOS MIGRANTES - DRA. IVETE CARIBÉ E DRA NADIA – CASA LATINO AMERICANA
DIA 22 DE JUNHO – CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA CAPELA SÃO JOÃO NEUMANN- PARÓQUIA SÃO MARCOS – PILARZINHO ÀS 17 HORAS.
DIA 23 DE JUNHO – MISSA EM ESPANHOL – ÀS 11 HORAS COM IMIGRNATES – PARÓQUIA SÃO JOSÉ DE SANTA FELICIDADE.
DIA 23 DE JUNHO – MISSA DE ENCERRAMENTO COM IMIGRANTES – PARÓQUIA SÃO JOSÉ EM SANTA FELICIDADE – 19 HORAS – CELEBRADA POR DOM RAFAEL  BIERNASKI
21 E 22 DE JUNHO – ROMARIA À APARECIDA DO NORTE – CELEBRAÇÃO DO BEATO JOÃO BATISTA SCALABRINI E SEMANA DO MIGRANTE.
DURANTE A SEMANA – TRABALHO COM OS CATEQUIZANDOS PARÓQUIA SÃO JOSÉ EM SANTA FELICIDADE
E ALUNOS DO COLÉGIO IMACULADA CONCEIÇÃO – SANTA FELICIDADE.
DIA 25 DE JUNHO – MESA DE DEBATE SOBRE A REALIDADE MIGRATÓRIA TENDOP COMO LOCAL  PUC-PR COM ACADÊMICOS DE VÁRIAS ÁREAS – 19 HORAS – PROF. JOSÉ ANTONIO GEDIEL – UFPR -DIREITO, PROFª GISLENE DOS SANTOS -UFPR-GEOGRAFIA E ASSISTENTE SOCIAL ELIZETE SANT’ANNA DE OLIVEIRA– PASTORAL DOS MIGRANTES.
DIA 30 DE JUNHO – MISSA ÀS 9 HORAS – CAPELA BEATO JOÃO BATISTA SCALABRINI  - COMUNIDADE TRÊS PINHEIROS – PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO.
NAS DEMAIS PARÓQUIAS DA ARQUIDIOCESE FORAM ENVIADOS  KITS DO MATERIAL DA SEMANA DO MIGRANTE, COM UMA CARTA DE APRESENTAÇÃO E CADA UMA DE ACORDO COM SUA REALIDADE PODERÁ DESENVOLVER ALGO EM SINTONIA COM O TEMA E LEMA DA SEMANA DO MIGRANTE DE 2013.
SITE PARA MAIS  INFORMAÇÕES:




Contatos da Pastoral dos Migrantes- Centro de Atendimento ao Migrante Curitiba
Tele/fax 32720466 – 
email: ceamig@uol.com.br / lbag7@hotmail.com
Elizete Sant’Anna de Oliveira – 96235356 
Lucia Bamberg Valentin – 98591065
Pe. Gustot Lucien – 99906919



PASTORAL DO MIGRANTE CURITIBA PRESENTE NO CORPUS CHRISTI 2013
PARÓQUIA SÃO PEDRO – UMBARÁ

                Neste ano da Fé, nossa Celebração do Corpus Chisti, nos congregou ao redor do altar para reafirmarmos nossa Fé no Divino Sacramento. Na Concelebração Eucarística estavam no altar, o Pároco- Pe.Miguel Longhi , Pe. Moacir , Pe.Luiz e Pe.Armelindo, além do Diácono permanente, Antonio Evandro Pilati. O Pavilhão de eventos estava repleto, em respeitosa participação. As diferentes comunidades participaram da celebração ativamente seja proclamando as leituras e as preces. Terminada a Celebração, saímos em Procissão. O primeiro altar, como de costume,no Colégio Claudio Morelli, recordamos o zelo Missionário desse Sacerdote que logo após sua chegada à Umbará, aprendendo do Bem Aventurado J.Scalabrini, inicia a primeira Escola Paroquial, colocando-a aos cuidados da Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração. São 100 anos da fundação dessa Escola . Ali rezamos pelo mundo da Educação: adolescentes e jovens, pais, professores e comunidade Educativa. Próximas ao altar estavam 4 representantes das Apóstolas do Sagrado Coração. A Bênçâo foi dada pelo Pároco – Pe.Miguel.
                O segundo altar, na encruzilhada dos Três  Cantos, rezamos pela família. Numa belíssima reflexão Pe.Armelindo acenou para as encruzilhadas da vida, que muitas vezes desviam dos compromissos assumidos, que fazem as famílias tomarem rumos perigosos. A bênção foi dada especialmente ás famílias numa súplica a que sejam verdadeiras escolas de fé.
                O terceiro altar, onde se reza pelo mundo do trabalho, acolhemos os jovens , que vindos de diferentes Comunidades da Paróquia apresentaram uma coreografia e depois rezaram a Oração da JMJ 2013. A bênção foi dada pelo Pe.Luiz.
                O quarto e último altar, quis fazer referência à nossa realidade Migratória. Vimos das 11 Comunidades, todas com suas faixas em mãos.  Nossa fé nos reúne e como aprendemos do Bem aventurado J.Batista Scalabrini, rezamos juntos um louvor a Jesus, verdadeira profissão de fé, por ele escrita na quaresma de 1878. Diante do Senhor recordamos que como cidadões do mundo, queremos estar à serviço dos Migrantes  e as bandeiras dos países onde se encontram os Carlistas Scalabrinianos, tremularam diante do Senhor, o Divino Migrante que a todos acolhe. A bênção foi dada pelo Pe.Moacir e o Pároco dirigiu à multidão presente seus agradecimentos.

Por: Irmã Francisca Gralatto

quarta-feira, 12 de junho de 2013

28ª Semana do Migrante - “Juventude e Migração” - No passo da estrada, O Bem Viver

Dia Nacional do Migrante é celebrado no Domingo, 23

Na Semana de 16 a 23 de junho, celebramos em todo o Brasil a 28ª Semana do Migrante, sendo o dia 23 de junho, domingo, o Dia Nacional do Migrante e véspera da Festa de São João Batista. O mês de junho é o mês dedicado às festas juninas, que envolve a alegria presente nas culturas diversas do povo migrante.

Neste ano em todo o Brasil, estaremos celebrando a Semana Missionária em vista da Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no Brasil – Rio de Janeiro de 23 à 28 de julho próximo.

A 28a Semana do Migrante, como em anos anteriores, acompanha o tema e lema da Campanha da Fraternidade. Neste ano: “Fraternidade e juventude”, “Eis me aqui, envia-me!” (Cf. Is,6,8). Trazendo o tema: Migração e Juventude! e o Lema: “No passo da estrada, o BEM VIVER!”

Precisamos refletir sobre a vida e seus percalços, quando queremos debater um tema social vital, como “migração e juventude”. Este tema carrega sonhos, lutas, desafios, expectativas. Somos, então, provocados a apontar causas, contradições, desafios, perspectivas da realidade complexa que impulsiona os jovens a migrar.

A juventude traz consigo o embrião da inquietação, da mudança, de descobertas e aprendizagens indispensáveis à vida adulta. Podemos comparar a juventude a um viveiro de  sementes a germinar vida nova permanentemente. E também a germinar a transformação social, econômica, política e cultural. Mas, os jovens também vivem problemas sociais, como violência, desemprego, consumismo, alcoolismo, drogas, prostituição. Alvos dessa problemática e, ao mesmo tempo, anunciadores de mudanças, os jovens sofrem crises de identidade e têm ânsias de buscar novas veredas, estradas por onde possam alcançar amor, respeito, dignidade.

Durante a juventude, decisões importantes são tomadas, como a escolha de uma profissão, amizades, a definição da sexualidade, a entrada no mercado de trabalho, o engajamento em grupos artísticos, culturais, a participação política e social.

É também durante a juventude que muitas pessoas migram. Na bagagem levam sonhos e esperanças de vida melhor. Muitos conseguem realizar os sonhos através do acesso ao trabalho decente, a moradia, ao transporte, à formação universitária, à formação de novas famílias, etc.

Todavia, muitos outros são bloqueados, desvirtuados de seus sonhos, da inclusão social e vêem sua condição de vida degradar. Isto significa que nem sempre a migração é exitosa ou garantia de superação dos problemas vividos.

Pode-se dizer que a migração faz parte da história da humanidade. Em geral, as pessoas têm um familiar, parente (irmão, tia, primo, pai, avô, avó, etc.) que viveu uma
experiência migratória. Entretanto, é com o desenvolvimento do capitalismo que a migração adquire características políticas, ideológicas, econômicas, psicológicas e, dentre outras coisas, passa a ocorrer mais em função da busca por trabalho e fuga da violência. Nos dias atuais, a migração se intensificou por todo o mundo devido a vários motivos, como: fuga da pobreza, fuga da violência, catástrofes ambientais, secas, escassez de água potável, busca por trabalho, estudos, tratamento de saúde, expropriação de terras, tráfico de seres humanos, entre outros.

Os jovens migrantes também vivem essas problemáticas. Por que as migrações se intensificaram? Como elas ocorrem hoje? Como são vistos e tratados os jovens migrantes? Como são as suas condições de vida e de trabalho nas regiões de origem e de destino? O que e como fazer para o sol raiar claro no passo da estrada em busca de dignidade humana e Bem Viver?

O “Bem Viver” é um modo de vida proposto por povos ameríndios e que vem ganhando força política sobre a necessidade de mudança do atual modelo de produção e de consumo incompatíveis com a justiça social e o equilíbrio ecológico.

O “Bem Viver” nos convida e nos desafia a reconhecer os direitos da “mãe Terra”, da “Mãe Natureza”, e, a criar e exercer diariamente nossos direitos e deveres de cidadãs e cidadãos comprometidos com os direitos humanos. Afinado com esse modo de vida já em 1855, o cacique Seattle afirmava em carta escrita ao presidente dos Estados Unidos que “tudo aquilo que fere a terra fere também os filhos da terra”.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Fonte: Folha Reportagem   Folha de Londrina. 26 de maio de 2013

PASSO (MUITO) FUNDO PARA OS IMIGRANTES SENEGALESES

Para a Associação dos Senegaleses em Passo Fundo no RS, a maioria dos estrangeiros procura o município porque há conterrâneos na cidade e facilidade em encontrar emprego no Estado.“Não estamos pedindo ajuda. Queremos apenas que os documentos saiam logo para trabalharmos”.
Em torno de duzentos senegaleses chegaram ilegalmente a Passo Fundo, na Região Norte do Rio Grande do Sul nos últimos oito meses. No mês de maio, quinze estrangeiros desembarcaram na cidade. Números baixos, mas que sobrecarregam os serviços já precários da Polícia Federal.
A PF afirmou que não tinha como agendar novos pedidos para regularizar permanência no Brasil. Situação que complica a vida desses imigrantes – já que somente com o visto de permanência provisória eles podem continuar no país.
Segundo a Polícia Federal, a maioria ingressa na América do Sul pelos estados da Região Norte do Brasil, principalmente o Acre. De lá, descem até a Argentina por países vizinhos. Ainda segundo a PF, os imigrantes estariam sendo auxiliados por coiotes  para ingressar o Rio Grande do Sul pelo município de Uruguaiana.
PF se recusa a analisar os processos dos imigrantes
Com o ingresso de mais um grupo, a Polícia Federal não tem conseguido analisar a situação de cada um dos estrangeiros. A demanda para os servidores tem aumentado. “Não foi feito agendamento nenhum para eles. Foi solicitado que eles se dirigissem a outra unidade da Polícia Federal pra fazer os procedimentos, já que aqui não podemos mais suportar a demanda”, explica o delegado Mauro Vinícius de Moraes.
Sem condições financeiras e roupas adequadas, eles foram encaminhados para o albergue municipal. “Foi bem chocante, eles chegaram e estava bem frio. Estavam descalços, de camiseta, com fome. Foram dados agasalhos e café quente, além do abrigo”, conta o secretário de Cidadania e Assistência Social do município, Nelí Formigheri.
Para o representante da Associação dos Senegaleses em Passo Fundo, Mamour Ndiaye, a maioria dos estrangeiros procura o município porque há mais de quatrocentos conterrâneos na cidade. Além disso, há facilidade em encontrar emprego no Norte do estado.“Não estamos pedindo ajuda. Queremos apenas que os documentos saiam logo para trabalharmos”, diz Ndiaye.
(Agências – 08/06/2013)

sábado, 8 de junho de 2013

Norte do Paraná recebe trabalhadores de Bangladesh.

Confira reportagem no link abaixo

Um pedaço da África em Passo Fundo- RS
Mais de 100 pedidos de refúgio de africanos já foram encaminhados em Passo Fundo e novos grupos estão se programando para vir para a cidade em busca de emprego. Albergue municipal lotado preocupa o município e Polícia Federal estuda conter o refúgio enquanto não se resolverem todos os processos
Emprego e renda. Foi buscando uma vida melhor que muitos africanos, principalmente vindo de Senegal, chegaram a Passo Fundo nos últimos tempos. Ao todo, 100 pedidos de refúgio foram aprovados na cidade e outros tantos estão em tramitação, enquanto isso, um grande problema social começa a aparecer e sem recursos financeiros, acabam precisando de colaboração do poder público municipal.
Conforme o Delegado Mauro Vinícius Soares de Morais, da Delegacia de Passo Fundo da Policia Federal, na semana passada um grupo de 15 pessoas chegou a cidade em busca de refúgio, o que em razão de ser um grupo grande acabou gerando dificuldade de acomodação. “Pela quantidade de pedidos de refúgio tão elevada, exacerbou a capacidade de receber em Passo Fundo novos estrangeiros”, afirma ele.



(Mais de 100 pedidos de refúgio foram expedidos para senegaleses na cidade / FOTO ALESSANDRA PASINATO)

Direito Internacional
Morais explica que o refúgio é instituído pelo direito internacional e facilita às pessoas com problemas de ordem ou perigo de vida de solicitar estado de refúgio em outros países. “Acontece que em Passo Fundo vieram alguns africanos que acabaram sendo bem acolhidos e se inserindo no mercado de trabalho, se comunicando eles informaram o estado e outros acabaram vindo”, considera ele, apontando que muitos indicam o local onde estão, esperando os conterrâneos. “Uma coisa é atender e abrigar pouca gente, outra é ter atendimento a mais pessoas”, pontua.

(Mamur e a filha de dois anos, nascida em Passo Fundo / FOTO ALESSANDRA PASINATO)

O delegado explica ainda que quando chegam na cidade, os africanos estão ilegais, mas que com o pedido de refúgio deixam o estado ilegal. “O Comitê Internacional de Refugiados prevê de dois a três anos para permanecer na cidade, mas nesse período pode alterar a situação do país e o refugiado tem que retornar”, observa. Para ele, a situação preocupa. “Eles estão aqui, são seres humanos com fome e pouca roupa e temos que apoiar de alguma forma. Por outro lado, não se pode desassistir a população local”, considera.
Em Passo Fundo
Há quatro anos Mamur Ndiaye deixou a África e veio para Passo Fundo. Era 2009 e ele veio sozinho para tentar a vida. Seis meses depois trouxe a mulher e, hoje, tem uma filha de dois anos que nasceu no Brasil. Mamur contribui com os conterrâneos que chegam a terra desconhecida, principalmente na comunicação falada, já que a maior parte dos africanos se comunica em inglês ou francês e não entende o português.
Segundo ele, todos os senegaleses que vieram a Passo Fundo estão trabalhando, apenas aqueles que vieram na última semana que ainda estão sem documentação. “Eles tem esse problema agora, porque a Polícia Federal não tem mais vaga até dezembro. É difícil, eles estão sem dinheiro, imagina se a pessoa não trabalha um mês, dois meses, não tem como” frisa ele.
Mamur também destaca que todos os senegaleses que estão na cidade são muçulmanos. “Somos comunidade de senegaleses muçulmanos, mas muçulmanos no sentido de paz. Todo mundo pensa em terrorismo, por ser um reagrupamento, mas para a religião, os praticantes, são da paz”, explica, destacando: “Esse povo que chegou aqui na cidade estão em busca de trabalho. Precisamos de ajuda, mas não estamos pedindo comida e casa, queremos os documentos para poder arrumar emprego. A cidade tem necessidade de serviço, precisam de mão de obra e estamos aqui para trabalhar honestamente. Não queremos comida e casa, com nossas mãos vamos conseguir tudo isso, se Deus quiser, mas a parte administrativa que pedimos ajuda, o problema de documento, de carteira de trabalho para agilizar o mais rápido possível”, diz o senegalês.

(Mesmo estando há quatro anos no Brasil, Mamur preserva hábitos, como a vestimenta / FOTO ALESSANDRA PASINATO)

Acolhidos

Conforme a secretária de Cidadania e Assistência Social, Neli Formigueri, o grupo de africanos foi acolhido entre quinta e sexta-feira em Passo Fundo, onde 17 procuraram a secretaria em busca de auxílio e 15 deles estão abrigados no albergue municipal. “Fizemos o que o município tem que fazer com pessoas em situação de vulnerabilidade social. Eles vieram e o que nos interessa é que estavam com fome, frio e sem local para ficarem. Alcançamos o que precisavam no momento”, justifica ela.
Segundo a secretária, a secretaria estará reunida hoje com a Polícia Federal, PGM, Comissão de Igualdade Racial e direção do albergue para uma conversa no sentido de regularizar a situação e encaminhar para uma solução. “Não podemos deixar eles no albergue. Precisam ser destinados para algum lugar. A reunião é para definir o que fazer. Até agora estão no albergue, tendo atendimento que é necessário para um ser humano, proporcionando aquilo que faria para qualquer cidadão passo-fundense”, conclui.