quarta-feira, 12 de junho de 2013

28ª Semana do Migrante - “Juventude e Migração” - No passo da estrada, O Bem Viver

Dia Nacional do Migrante é celebrado no Domingo, 23

Na Semana de 16 a 23 de junho, celebramos em todo o Brasil a 28ª Semana do Migrante, sendo o dia 23 de junho, domingo, o Dia Nacional do Migrante e véspera da Festa de São João Batista. O mês de junho é o mês dedicado às festas juninas, que envolve a alegria presente nas culturas diversas do povo migrante.

Neste ano em todo o Brasil, estaremos celebrando a Semana Missionária em vista da Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no Brasil – Rio de Janeiro de 23 à 28 de julho próximo.

A 28a Semana do Migrante, como em anos anteriores, acompanha o tema e lema da Campanha da Fraternidade. Neste ano: “Fraternidade e juventude”, “Eis me aqui, envia-me!” (Cf. Is,6,8). Trazendo o tema: Migração e Juventude! e o Lema: “No passo da estrada, o BEM VIVER!”

Precisamos refletir sobre a vida e seus percalços, quando queremos debater um tema social vital, como “migração e juventude”. Este tema carrega sonhos, lutas, desafios, expectativas. Somos, então, provocados a apontar causas, contradições, desafios, perspectivas da realidade complexa que impulsiona os jovens a migrar.

A juventude traz consigo o embrião da inquietação, da mudança, de descobertas e aprendizagens indispensáveis à vida adulta. Podemos comparar a juventude a um viveiro de  sementes a germinar vida nova permanentemente. E também a germinar a transformação social, econômica, política e cultural. Mas, os jovens também vivem problemas sociais, como violência, desemprego, consumismo, alcoolismo, drogas, prostituição. Alvos dessa problemática e, ao mesmo tempo, anunciadores de mudanças, os jovens sofrem crises de identidade e têm ânsias de buscar novas veredas, estradas por onde possam alcançar amor, respeito, dignidade.

Durante a juventude, decisões importantes são tomadas, como a escolha de uma profissão, amizades, a definição da sexualidade, a entrada no mercado de trabalho, o engajamento em grupos artísticos, culturais, a participação política e social.

É também durante a juventude que muitas pessoas migram. Na bagagem levam sonhos e esperanças de vida melhor. Muitos conseguem realizar os sonhos através do acesso ao trabalho decente, a moradia, ao transporte, à formação universitária, à formação de novas famílias, etc.

Todavia, muitos outros são bloqueados, desvirtuados de seus sonhos, da inclusão social e vêem sua condição de vida degradar. Isto significa que nem sempre a migração é exitosa ou garantia de superação dos problemas vividos.

Pode-se dizer que a migração faz parte da história da humanidade. Em geral, as pessoas têm um familiar, parente (irmão, tia, primo, pai, avô, avó, etc.) que viveu uma
experiência migratória. Entretanto, é com o desenvolvimento do capitalismo que a migração adquire características políticas, ideológicas, econômicas, psicológicas e, dentre outras coisas, passa a ocorrer mais em função da busca por trabalho e fuga da violência. Nos dias atuais, a migração se intensificou por todo o mundo devido a vários motivos, como: fuga da pobreza, fuga da violência, catástrofes ambientais, secas, escassez de água potável, busca por trabalho, estudos, tratamento de saúde, expropriação de terras, tráfico de seres humanos, entre outros.

Os jovens migrantes também vivem essas problemáticas. Por que as migrações se intensificaram? Como elas ocorrem hoje? Como são vistos e tratados os jovens migrantes? Como são as suas condições de vida e de trabalho nas regiões de origem e de destino? O que e como fazer para o sol raiar claro no passo da estrada em busca de dignidade humana e Bem Viver?

O “Bem Viver” é um modo de vida proposto por povos ameríndios e que vem ganhando força política sobre a necessidade de mudança do atual modelo de produção e de consumo incompatíveis com a justiça social e o equilíbrio ecológico.

O “Bem Viver” nos convida e nos desafia a reconhecer os direitos da “mãe Terra”, da “Mãe Natureza”, e, a criar e exercer diariamente nossos direitos e deveres de cidadãs e cidadãos comprometidos com os direitos humanos. Afinado com esse modo de vida já em 1855, o cacique Seattle afirmava em carta escrita ao presidente dos Estados Unidos que “tudo aquilo que fere a terra fere também os filhos da terra”.

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