Um pedaço da África em Passo Fundo- RS
Mais de 100 pedidos de refúgio de africanos já foram encaminhados em Passo Fundo e novos grupos estão se programando para vir para a cidade em busca de emprego. Albergue municipal lotado preocupa o município e Polícia Federal estuda conter o refúgio enquanto não se resolverem todos os processos
Conforme o Delegado Mauro Vinícius Soares de Morais, da Delegacia de Passo Fundo da Policia Federal, na semana passada um grupo de 15 pessoas chegou a cidade em busca de refúgio, o que em razão de ser um grupo grande acabou gerando dificuldade de acomodação. “Pela quantidade de pedidos de refúgio tão elevada, exacerbou a capacidade de receber em Passo Fundo novos estrangeiros”, afirma ele.
Direito Internacional
Morais explica que o refúgio é instituído pelo direito internacional e facilita às pessoas com problemas de ordem ou perigo de vida de solicitar estado de refúgio em outros países. “Acontece que em Passo Fundo vieram alguns africanos que acabaram sendo bem acolhidos e se inserindo no mercado de trabalho, se comunicando eles informaram o estado e outros acabaram vindo”, considera ele, apontando que muitos indicam o local onde estão, esperando os conterrâneos. “Uma coisa é atender e abrigar pouca gente, outra é ter atendimento a mais pessoas”, pontua.
O delegado explica ainda que quando chegam na cidade, os africanos estão ilegais, mas que com o pedido de refúgio deixam o estado ilegal. “O Comitê Internacional de Refugiados prevê de dois a três anos para permanecer na cidade, mas nesse período pode alterar a situação do país e o refugiado tem que retornar”, observa. Para ele, a situação preocupa. “Eles estão aqui, são seres humanos com fome e pouca roupa e temos que apoiar de alguma forma. Por outro lado, não se pode desassistir a população local”, considera.
Em Passo Fundo
Há quatro anos Mamur Ndiaye deixou a África e veio para Passo Fundo. Era 2009 e ele veio sozinho para tentar a vida. Seis meses depois trouxe a mulher e, hoje, tem uma filha de dois anos que nasceu no Brasil. Mamur contribui com os conterrâneos que chegam a terra desconhecida, principalmente na comunicação falada, já que a maior parte dos africanos se comunica em inglês ou francês e não entende o português.
Segundo ele, todos os senegaleses que vieram a Passo Fundo estão trabalhando, apenas aqueles que vieram na última semana que ainda estão sem documentação. “Eles tem esse problema agora, porque a Polícia Federal não tem mais vaga até dezembro. É difícil, eles estão sem dinheiro, imagina se a pessoa não trabalha um mês, dois meses, não tem como” frisa ele.
Mamur também destaca que todos os senegaleses que estão na cidade são muçulmanos. “Somos comunidade de senegaleses muçulmanos, mas muçulmanos no sentido de paz. Todo mundo pensa em terrorismo, por ser um reagrupamento, mas para a religião, os praticantes, são da paz”, explica, destacando: “Esse povo que chegou aqui na cidade estão em busca de trabalho. Precisamos de ajuda, mas não estamos pedindo comida e casa, queremos os documentos para poder arrumar emprego. A cidade tem necessidade de serviço, precisam de mão de obra e estamos aqui para trabalhar honestamente. Não queremos comida e casa, com nossas mãos vamos conseguir tudo isso, se Deus quiser, mas a parte administrativa que pedimos ajuda, o problema de documento, de carteira de trabalho para agilizar o mais rápido possível”, diz o senegalês.
Acolhidos
Conforme a secretária de Cidadania e Assistência Social, Neli Formigueri, o grupo de africanos foi acolhido entre quinta e sexta-feira em Passo Fundo, onde 17 procuraram a secretaria em busca de auxílio e 15 deles estão abrigados no albergue municipal. “Fizemos o que o município tem que fazer com pessoas em situação de vulnerabilidade social. Eles vieram e o que nos interessa é que estavam com fome, frio e sem local para ficarem. Alcançamos o que precisavam no momento”, justifica ela.
Segundo a secretária, a secretaria estará reunida hoje com a Polícia Federal, PGM, Comissão de Igualdade Racial e direção do albergue para uma conversa no sentido de regularizar a situação e encaminhar para uma solução. “Não podemos deixar eles no albergue. Precisam ser destinados para algum lugar. A reunião é para definir o que fazer. Até agora estão no albergue, tendo atendimento que é necessário para um ser humano, proporcionando aquilo que faria para qualquer cidadão passo-fundense”, conclui.
(Mais de 100 pedidos de refúgio foram expedidos para senegaleses na cidade / FOTO ALESSANDRA PASINATO)
Direito Internacional
Morais explica que o refúgio é instituído pelo direito internacional e facilita às pessoas com problemas de ordem ou perigo de vida de solicitar estado de refúgio em outros países. “Acontece que em Passo Fundo vieram alguns africanos que acabaram sendo bem acolhidos e se inserindo no mercado de trabalho, se comunicando eles informaram o estado e outros acabaram vindo”, considera ele, apontando que muitos indicam o local onde estão, esperando os conterrâneos. “Uma coisa é atender e abrigar pouca gente, outra é ter atendimento a mais pessoas”, pontua.
(Mamur e a filha de dois anos, nascida em Passo Fundo / FOTO ALESSANDRA PASINATO)
O delegado explica ainda que quando chegam na cidade, os africanos estão ilegais, mas que com o pedido de refúgio deixam o estado ilegal. “O Comitê Internacional de Refugiados prevê de dois a três anos para permanecer na cidade, mas nesse período pode alterar a situação do país e o refugiado tem que retornar”, observa. Para ele, a situação preocupa. “Eles estão aqui, são seres humanos com fome e pouca roupa e temos que apoiar de alguma forma. Por outro lado, não se pode desassistir a população local”, considera.
Em Passo Fundo
Há quatro anos Mamur Ndiaye deixou a África e veio para Passo Fundo. Era 2009 e ele veio sozinho para tentar a vida. Seis meses depois trouxe a mulher e, hoje, tem uma filha de dois anos que nasceu no Brasil. Mamur contribui com os conterrâneos que chegam a terra desconhecida, principalmente na comunicação falada, já que a maior parte dos africanos se comunica em inglês ou francês e não entende o português.
Segundo ele, todos os senegaleses que vieram a Passo Fundo estão trabalhando, apenas aqueles que vieram na última semana que ainda estão sem documentação. “Eles tem esse problema agora, porque a Polícia Federal não tem mais vaga até dezembro. É difícil, eles estão sem dinheiro, imagina se a pessoa não trabalha um mês, dois meses, não tem como” frisa ele.
Mamur também destaca que todos os senegaleses que estão na cidade são muçulmanos. “Somos comunidade de senegaleses muçulmanos, mas muçulmanos no sentido de paz. Todo mundo pensa em terrorismo, por ser um reagrupamento, mas para a religião, os praticantes, são da paz”, explica, destacando: “Esse povo que chegou aqui na cidade estão em busca de trabalho. Precisamos de ajuda, mas não estamos pedindo comida e casa, queremos os documentos para poder arrumar emprego. A cidade tem necessidade de serviço, precisam de mão de obra e estamos aqui para trabalhar honestamente. Não queremos comida e casa, com nossas mãos vamos conseguir tudo isso, se Deus quiser, mas a parte administrativa que pedimos ajuda, o problema de documento, de carteira de trabalho para agilizar o mais rápido possível”, diz o senegalês.
(Mesmo estando há quatro anos no Brasil, Mamur preserva hábitos, como a vestimenta / FOTO ALESSANDRA PASINATO)
Acolhidos
Conforme a secretária de Cidadania e Assistência Social, Neli Formigueri, o grupo de africanos foi acolhido entre quinta e sexta-feira em Passo Fundo, onde 17 procuraram a secretaria em busca de auxílio e 15 deles estão abrigados no albergue municipal. “Fizemos o que o município tem que fazer com pessoas em situação de vulnerabilidade social. Eles vieram e o que nos interessa é que estavam com fome, frio e sem local para ficarem. Alcançamos o que precisavam no momento”, justifica ela.
Segundo a secretária, a secretaria estará reunida hoje com a Polícia Federal, PGM, Comissão de Igualdade Racial e direção do albergue para uma conversa no sentido de regularizar a situação e encaminhar para uma solução. “Não podemos deixar eles no albergue. Precisam ser destinados para algum lugar. A reunião é para definir o que fazer. Até agora estão no albergue, tendo atendimento que é necessário para um ser humano, proporcionando aquilo que faria para qualquer cidadão passo-fundense”, conclui.
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