segunda-feira, 9 de novembro de 2015


É assim todo domingo. Haitianos que vivem em Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense, acordam cedo para fazer ao vivo o que chamam de primeiro programa de rádio feito por haitianos para haitianos do Brasil. Neste mês, o programa completou um ano no ar (veja o vídeo acima).
Depois do terremoto de 2010, que matou mais de 230 mil pessoas e deixou 1,5 milhão de desabrigados, mais de 50 mil haitianos já vieram para o Brasil. A maioria chega sem falar nada em português – muitos ainda são vítimas de preconceito e enfrentam dificuldades para conseguir emprego. Por isso a ideia de fazer um programa que ajudasse a vencer essas barreiras.
O programa, chamado de “Amigos do Haiti” é todo feito em francês e crioulo, dialeto falado no país de origem, mas alguns arriscam frases em português.
Programa de haitianos completou 1 ano no ar
"É muito engraçado. Os brasileiros falam assim: ‘eu não entendi nada do programa, mas gostei muito’. É muito animado, as músicas são muito bacanas”, diz o radialista brasileiro Magrão do K.
“Não dá aos haitianos dinheiro, mas dá a ele a música dele porque ele vive com música”, diz o comunicador haitiano Anderson Vilcé.
Informação e música
Além das canções que ajudam a matar as saudades da terra de origem, o grupo também divulga notícias que interessam aos imigrantes. Algumas trágicas, como a a morte do haitiano Fetiére Sterlin, de 33 anos, assassinado por um grupo na frente de sua casa, em Navegantes, na mesma região.
Eles também fizeram recentemente a cobertura das eleições no Haiti. O programa ainda tem espaço para religião e prestação de serviço. “Os haitianos não sabem ainda o que é o Brasil, como se faz pra buscar emprego. As leis, tudo é muito importante, além do o que está acontecendo na comunidade haitiana daqui”, diz a comunicadora Michel Ange Abella.
“Nós temos uma cultura diferente do Brasil. Esse programa é muito legal pra fazer uma ligação das duas culturas e também pra compartilhar com os brasileiros”, diz a haitiana Roselaure Janvier.

Grupo transmite músicas e informações voltadas a imigrantes. 'É muito legal para fazer uma ligação das duas culturas', diz comunicadora.
G1.GLOBO.COM

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