Visitas encerram Semana do Migrante
Igreja Católica oferece apoio aos estrangeiros que chegaram ao Brasil em busca de um recomeço; participantes da Cáritas estiveram ontem em Jaguapitã
O haitiano Jacky Auguste não esconde a alegria de ter a família por perto
Jaguapitã - Perseverança é o define o haitiano Jacky Auguste. Ele não esconde a alegria em ter as filhas e a esposa por perto. Nem sempre foi assim. Jacky chegou ao Brasil há quase três anos. O haitiano deixou o país de origem à procura de novas oportunidades, desembarcou no Panamá, foi para o Equador, seguiu de ônibus para o Peru e fez três viagens de barco até pisar em solo brasileiro. A primeira parada foi em Manaus (AM) onde Jacky conseguiu os documentos necessários para trabalhar no Brasil. Em seguida, o haitiano passou por São Paulo e Londrina até chegar em Jaguapitã, a 50 quilômetros de Londrina. O irmão, que chegou ao Norte do Paraná três meses antes, o recebeu até que Jacky conseguisse emprego em uma indústria da região.
Os primeiros finais de semana foram dedicados à língua portuguesa. "Eu digitava as palavras na internet e ouvia para saber como falar. Anotava as letras que via na rua para depois procurar o significado. Fui aprendendo assim", explicou de forma simples o haitiano que antes dominava apenas o francês e o crioulo. Hoje, até mesmo as gírias fazem parte do vocabulário dele.
A esposa Mercina e as filhas Joulisca, de 13 anos, e Lisa, de 4 anos, ainda estão se adaptando aos costumes brasileiros. As três chegaram há dois meses e participaram de uma festa junina neste final de semana. "Gostamos de pastel, pipoca e guaraná. Essa aqui comeu bastante", disse ele apontando para a filha mais velha. Para trazê-las ao Brasil, Jacky fez empréstimo, contou com a ajuda de conhecidos e teve a primeira decepção. Segundo ele, um intermediário que viabilizou as passagens aéreas teria ficado com parte dos recursos. Ainda assim, ele não desanimou e espera conseguir dinheiro para trazer a mãe que continua no Haiti. "Ela gosta de frio. Acho que ela vai gostar daqui", sorriu.
Já o bengalês Rumon Abdus vive há quatro anos no Brasil e também trabalha em uma indústria de Jaguapitã. No entanto, a distância de, aproximadamente, 16 mil quilômetros em linha reta entre Brasil e Bangladesh só não é maior que a saudade que Rumon sente dos pais. Desde 2012, ele espera receber a documentação necessária para permanecer no Brasil. As dificuldades foram muitas desde a viagem para cá. O bengalês gostou do feijão e do macarrão brasileiros, mas pretende retornar a terra natal já no ano que vem. "Tenho parentes lá, tios, avó... muita saudade", resumiu.
Jack e Rumon receberam, na manhã de ontem, a visita de participantes da Cáritas Arquidiocesana de Londrina. A aproximação dos missionários com cerca de 30 famílias ou grupos visitados na região de Londrina neste sábado e domingo encerrou a programação da 31ª Semana do Migrante realizada pela Igreja Católica em todo o país.
A coordenadora executiva da Cáritas Arquidiocesana de Londrina, Márcia Ponce, reforçou que o grupo oferece apoio aos estrangeiros para que eles possam se estabelecer no Brasil. "Eles foram muito receptivos e acolhedores nas visitas e nos receberam muito bem", destacou. A intenção da Cáritas é criar um comitê regional para debater políticas públicas voltadas para os estrangeiros. O número de imigrantes ainda é desconhecido, mas o grupo estima que cerca de dois mil haitianos vivam na região de Londrina.
Viviani Costa
Reportagem Local
Reportagem Local
Fonte: http://www.folhadelondrina.com.br/?id_folha=2-1--1721-20160620&tit=visitas+encerram+semana+do+migrante
Ola procuro uma familia de haitiano para trabalhar no sitio em Irati. Parana . No ramo de cultivo de fumo ,maracuja . Etc
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