sábado, 12 de janeiro de 2013

IMIGRAÇÃO

Paranaense vive drama de quem se casa com estrangeiro por procuração

Publicado em 03/06/2012 | RODOLFO STANCKI
Governo australiano não reconhece matrimônio feito em cartório no Brasil e impede a londrinense Cristina Pinheiro de viver com seu marido na AustráliaMarcelo Andrade/ Gazeta do Povo / Cristina Pinheiro conheceu o marido que mora na Austrália pela internet. Os dois se casaram por procuração há dois anos, mas ela não consegue entrar no país
Obstáculos se impõem entre a londrinense Cristina Pi­­nheiro e o marido dela, um paranaense com dupla nacionalidade que vive na Austrália. Há um ano, ela tenta conseguir um visto para residir no país da Oceania, mas a resposta que recebe é sempre “não”. Ela tentou entrar até como turista, mas foi barrada pela imigração. A embaixada questiona a legitimidade do casamento.
Cristina conheceu o marido pela internet. Marcos Assenheiner nasceu no Pa­­ra­­ná, mas se mudou com a família para o território australiano quando tinha 2 anos. Depois de trocarem e-mails durante meses, o casal se encontrou pela primeira e única vez em 2009. Ele voltou para casa e o matrimônio foi oficializado no ano seguinte em um cartório de Curitiba, por meio de procuração.
Permanência
Além do casamento, existem outras maneiras de conseguir fixar residência em outros países. As mais comuns são:
• Família: pessoas cujos familiares têm cidadania em determinado país, podem aproveitar e também pedir cidadania. O processo pode levar algum tempo, mas é seguro.
• Estudo: quem deseja se aperfeiçoar em uma determinada área ou cursar alguma disciplina acadêmica pode pedir um visto de estudante, que é temporário.
• Trabalho: outra maneira de entrar em outro país é com um visto de trabalho, que geralmente requer ensino superior. A permanência para esta categoria também é temporária.
Vistos
Veja quais são as maneiras de conseguir viver (quase) como um cidadão em território internacional:
• Green Card: Visto de permanência concedido pelos Estados Unidos para imigrantes. O portador pode desfrutar dos mesmos direitos de um americano.
• Naturalização: Ato que torna o imigrante um cidadão comum, que renega sua antiga cidadania. É o direito concedido aos imigrantes que desejam permanecer no Brasil.
• Visto Permanente: Permanência obtida nas embaixadas de cada país. O portador não tem os mesmos direitos de um cidadão, pois não pode ocupar cargos públicos ou votar.
• Nacionalidade: Quem nasce ou tem ascendente em outro país, pode conquistar uma segunda nacionalidade. Assim, o indivíduo passa a ser um cidadão com trânsito livre no país.
Essa permanência é comum em descendentes de populações europeias que imigraram para o Brasil.
Recomendações
De acordo com o Departamento de Imigração e Cidadania do Governo Australiano, que fica em Ottawa, no Canadá, a autorização para residir no país está condicionada a duas exigências: que a pessoa tenha um relacionamento genuíno e que um dos cônjuges tenha condições financeiras de manter o outro, não importa se é homem ou mulher. O caso de Cristina esbarrou no primeiro tópico.
“A indicação que damos é que as pessoas tenham todos os documentos possíveis para comprovar seu casamento. Mesmo assim, é difícil que relações com menos de cinco anos sejam autorizadas”, informou a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores.
Apesar da dificuldade, Cris­­­­­­tina espera ficar com o ma­­rido em breve. “Falo com ele­­ todos os dias por telefone. Ainda temos um pedido de visto em análise na embaixada. Vamos esperar”, diz.
Experiência
Curitibana auxilia noivas brasileiras a casar fora do país
A estudante Priscila Guimarães aproveitou a própria experiência para ajudar brasileiras que queriam tirar o visto para casar em outros países. Depois de enfrentar a burocracia dos Estados Unidos para conseguir seu visto de noiva, ela se dedicou a ajudar pessoas que se encontravam na mesma situação.
“Quem quer casar e morar fora do Brasil enfrenta um processo burocrático e caro. Mesmo assim, é uma situação bem tranquila de resolver”, disse ela por telefone à Gazeta do Povo. A paranaense conheceu o marido americano em Curitiba, durante seu primeiro ano de faculdade – quando estudava na Universidade Federal do Paraná.
Entre o início do namoro e o casamento foram mais de dois anos. “Ainda tivemos um problema inicial, pois contratamos um advogado americano que demorou para entrar com o pedido de visto, pediu documentos errados e só nos custou dinheiro”, diz.
Depois da experiência negativa com o advogado, Priscila encarou sozinha a situação. Foi atrás da embaixada, organizou documentos e conseguiu o visto de noiva, com duração de três meses. Casou logo no primeiro mês. Hoje, ela vive com o marido na Carolina do Norte.
Auxílio
Quando percebeu que conseguir o visto não era difícil, a paranaense resolveu ajudar outras pessoas que enfrentavam o mesmo tipo de problema. “Entrei em vários fóruns de discussão na internet para contar minha história. Queria mostrar que não era difícil. Dei muitos conselhos”, revela
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br

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