sábado, 26 de julho de 2014

Religiosa dedica-se à inclusão dos migrantes que chegam a Caxias do Sul-RS

Irmã Maria do Carmo dos Santos Gonçalves teme uma crise migratória internacional caso não sejam tomadas medidas de acolhimento.

Religiosa dedica-se à inclusão dos migrantes que chegam a Caxias do Sul Roni Rigon/Agencia RBS
Mestre em Ciências Sociais, Irmã Maria do Carmo defende uma política de inclusão aos migrantes estrangeiros Foto: Roni Rigon / Agencia RBS
Fabiano Finco
 
Aos sete anos, Maria do Carmo dos Santos Gonçalves começou a frequentar encontros organizados pelas freiras em Rio Grande (RS), sua cidade natal. Na adolescência, frequentou a Pastoral da Juventude e aos 21 anos optou de vez pela vida religiosa, ingressando na Congregação das Irmãs Scalabrinianas, motivada pela chance de trabalhar pelo povo e de ser missionária.

Hoje, aos 39 anos, Maria do Carmo vive a felicidade de praticar ensinamentos adquiridos nas etapas do aspirantado, postulantado e noviciado, aperfeiçoados pela formação em Filosofia na Universidade de Caxias do Sul (UCS) e pelo mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre. Já trabalhou em Porto Alegre, Fortaleza, Brasília, passou pela França, Bélgica e Itália.

Desde 2010 é coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), que desde 1984 realiza um importante trabalho de acolhimento e orientação aos migrantes que chegam a Caxias e região. Nos últimos meses, a movimentação no CAM triplicou em função da chegada de estrangeiros do Haiti, Senegal e Gana, que juntos já somam mais de 3 mil na cidade. Maria, como é chamada por esses migrantes, dedica-se a oferecer-lhes condições sociais dignas. "Essas pessoas são corajosas, estão lutando por uma vida melhor. Elas nos ensinam a ter esperança", justifica.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista concedida ao Pioneiro.

Pioneiro: Qual a origem do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)?

Irmã Maria do Carmo dos Santos Gonçalves:
O CAM está ligado à Associação Educadora São Carlos, da congregação das Irmãs Scalabrinianas, que tem essa missão, esse carisma, de trabalhar com a questão migratória. Ele foi fundado em 1984 com o intuito de ajudar no acolhimento e acompanhamento dos migrantes. Naquela época havia muitos migrantes internos, do Estado, que vinham dos Campos de Cima da Serra devido às ofertas de emprego em indústrias daqui. Desde então tivemos diferentes fluxos migratórios. Nós temos uma herança carismática, deixada pela Madre Assunta Marchetti, co-fundadora da congregação. Ela deixou a Itália em 1885, deixou tudo o que tinha lá, e chegou a São Paulo, onde começou a atender crianças órfãos cujos pais italianos morriam durante a viagem ao Brasil. Quando ela chegou a Caxias, atendeu a famílias pobres, fazendo partos e educando comunidades do interior, onde ia a cavalo. Estamos muito felizes porque ela será beatificada dia 25 de outubro, em São Paulo.

Pioneiro: Quais foram os principais ciclos migratórios de Caxias?

Irmã Maria do Carmo:
Os primeiros migrantes atendidos pelo CAM vieram da região de Vacaria, Bom Jesus, na década de 80. Também houve uma leva de migrantes vizinhos, de cidades como Bento Gonçalves e Flores da Cunha, cujas características não eram tão notadas porque havia esse componente cultural comum. No início dos anos 90 atendemos muitos latinos, do Uruguai, Argentina. A partir de 2000 começa a chegar um pessoal da fronteira, de Uruguaiana, Dom Pedrito, Santana do Livramento, com característica mais regionalizadas. Nos últimos três anos passamos a atender os estrangeiros do Haiti, Senegal e Gana. Nós temos essa característica de atender sob o ponto de vista da assistência social, de trabalhar com políticas públicas, às vezes tencionando o poder público a atender essa população. Mas, além disso, existe um componente subjetivo nessa questão do processo migratório, que é trabalhar a questão dos medos, das incertezas, dos processos depressivos, da saudade e dos processos de integração.

Pioneiro: E esse trabalho é ainda mais importante com essas levas de estrangeiros?

Irmã Maria do Carmo:
Sim. A gente orienta e faz acompanhamento de algumas situações, porque é difícil para o migrante se localizar dentro do seu processo. Não existe hoje um lugar para onde o migrante possa ligar e perguntar sobre a sua situação. Ele tem que saber se o processo dele está vinculado ao Ministério do Trabalho, ou ao Ministério da Justiça, não existe essa clareza. Nossa equipe ficou mais qualificada para atender a esses encaminhamentos mais específicos. Uma coisa bacana é que nos tornamos uma referência na região. Nossa característica é integrar o migrante como protagonistas de seus processos, não é só um fazer por eles, mas com eles. Com os senegaleses, principalmente, foi um aprendizado muito legal, porque a gente sempre colocava na mesa: "a gente está com esse problema, o que vocês sugerem? O problema não é só nosso, o que vocês tem como alternativa?" Com esse processo, a gente deu autonomia a eles, para que não ficassem tão dependentes do CAM. Não é o CAM que dá conta da situação, somos um meio articulador dessa ações, que congrega e articula com outros órgãos e entidades.

Pioneiro: Como o CAM administra o preconceito com que esses estrangeiros são tratados?

Irmã Maria do Carmo:
Acho que aqui temos um trabalho educativo a fazer. As pessoas têm um medo que é irracional, e isso assusta, porque esse medo irracional alimenta a xenofobia. A sociedade tem que equacionar esses medos, tem que ter abertura para acolher esse "novo", deve fazer uma releitura do que a gente tem como questão de identidade, aceitar que talvez Caxias não seja mais uma reprodução da Itália, um reduto italiano. Não estou propondo abrir mão de tudo, das tradições. Aliás, acho uma pena que as novas gerações já não falam mais o dialeto italiano, que é uma riqueza da região. Mas é preciso equacionar isso com as pessoas que estão chegando, e que chegam com o mesmo intuito, em situações muito parecidas como a imigração italiana. O que estamos fazendo hoje, no sentido de acolher, de atender, é muito do que fez Madre Assunta com os primeiros italianos. Aquilo que hoje a sociedade fala dos ganeses, dos senegaleses, é muito do que a sociedade paulistana falava dos imigrantes italianos quando chegaram ao Brasil, de que eram sujos, contaminados, que falavam alto. É isso o que está sendo dito desses migrantes.

Pioneiro: Qual é o maior desafio na questão migratória?

Irmã Maria do Carmo:
Tem um desafio grande que não é só de Caxias ou do Brasil, mas de todo mundo. Estamos diante de uma dilema ético. Para que servem as fronteiras, qual a sua finalidade? Existe, claro, a questão da segurança nacional, da autonomia, mas estamos em um ponto da história que, justamente pela questão da globalização econômica, pela velocidade dos meios de comunicação, pela facilidade de deslocamento que as pessoas têm, deveríamos saber configurar a globalização das pessoas, do ser humano. E nenhum país está completamente preparado para isso. Temos experiências péssimas de países europeus que cada vez mais têm adotado leis migratórias muito restritivas. O Brasil está querendo fazer um caminho diferente. Quanto mais restritivo, mais imigração irregular teremos. Se por um lado o Estado barra, por outro a economia puxa. Hoje, os cidadãos do mundo, seja pela função que exercem, pela profissão, pela postura de vida que adotaram, são os ricos. Existe uma massa que é proibida de circular, que são os pobres. A sociedade burguesa tem aquele pensamento: "eu sou um cidadão do mundo, eu circulo por aí", mas ao mesmo tempo não é capaz de criar seu filho para conviver com esse "diferente", e vai reproduzindo os mesmo preconceitos. Se não soubermos equacionar isso, pior do que uma crise ambiental, teremos uma crise migratória.

Pioneiro: Qual o seu maior aprendizado vocacional ao trabalhar com a mobilidade humana?

Irmã Maria do Carmo:
Estou convicta de que temos de derrubar as fronteiras, porque o ser humano precisa evoluir, precisa dar um passo, um salto qualitativo no sentido das relações humanas. Não existe nada que justifique dizer que o africano tem que ficar na África, e o brasileiro tem que ficar no Brasil. Esse migrantes que estão vindo do Senegal, de Gana, nos ensinam a ter esperança, eles são os grandes profetas, são aqueles que dizem: "eu estou aqui, eu existo".  
 
Fonte: http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/geral/cidades/noticia/2014/07/religiosa-dedica-se-a-inclusao-dos-migrantes-que-chegam-a-caxias-do-sul-4559166.html

quarta-feira, 23 de julho de 2014

                                 

Reunião em Caxias do Sul trata da regularização dos ganeses no município

Representantes dos governos federal, estadual e municipal reuniram-se nesta segunda-feira
Representantes dos governos federal, estadual e municipal reuniram-se nesta segunda-feira - Foto: Gabriel Lautenschleger
               
A Prefeitura de Caxias do Sul foi sede de encontro, nesta segunda-feira (21), para tratar da questão dos migrantes ganeses no município. Participaram da reunião o prefeito Alceu Barbosa Velho, a secretária da Justiça e dos Direitos Humanos do RS, Juçara Dutra Vieira, o secretário estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social, Edson Borba, o diretor do Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, João Guilherme Granja, além de representantes do Comitê Nacional de Refugiados, dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Trabalho e Emprego e Relações Exteriores.
O processo de documentação dos 97 migrantes que permanecem instalados no Seminário Diocesano Nossa Senhora Aparecida serão agilizados - estima-se que 50 ganeses ainda não tenham autorização legal da Polícia Federal para estar no país. Ainda nesta terça-feira (22), a documentação deve ser expedida para os estrangeiros que procurarem a delegacia. Após o registro com a Polícia Federal, os ganeses solicitam, nas estruturas do Sine Móvel, suas carteiras de trabalho, que devem ser entregues ainda antes do prazo normal de 20 dias.
Com os documentos legalizados, os ganeses serão colocados em postos de trabalho relacionados pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social. Segundo informações da Secretaria da Agricultura do Estado, um montante de 800 vagas na área não estão preenchidas na região da Serra gaúcha.
O ganês Farid Mohammed Kamil agradeceu a hospitalidade do povo de Caxias e das autoridades, e aproveitou a oportunidade para solicitar apoio para a regularização dos migrantes que estão em Brasília, São Paulo e Criciúma.

Texto: Gabriel Lautenschleger - Edição: Redação Secom
Fonte: http://www.relinter.rs.gov.br/conteudo/2045/?Reuni%C3%A3o_em_Caxias_do_Sul_trata_da_regulariza%C3%A7%C3%A3o_dos_ganeses_no_munic%C3%ADpio

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Judeus e muçulmanos se reúnem em Curitiba- PR para pedir paz em Gaza

Evento ocorreu neste domingo (20), na Mesquita de Curitiba.
Ambos os grupos apontam política sionista como responsável pelo conflito.


Judeus e muçulmanos pediram paz em Curitiba (Foto: Reprodução / RPC TV)Judeus e muçulmanos pediram paz em Curitiba (Foto: Reprodução / RPC TV)
Judeus e muçulmanos se reuniram em Curitiba neste domingo (20) para pedir o fim do conflito e das mortes na região de Gaza. O encontro, considerado histórico pelos participantes, ocorreu na Mesquita de Curitiba e foi marcado por discursos de união, e de garantia de direitos ao povo da Palestina.
 
CONFLITO EM GAZA
 
 
     
“O povo judeu e o povo árabe sempre forma o mesmo povo, todos filhos e Abraão, o pai da fé. Se somos irmãos não temos que brigar. O que acontece hoje em Israel é que uma minoria está dominando, com um sistema chamado sionismo de extrema direita. O sionismo de extrema direita quer banir o povo palestino daquela terra, e causar esse genocídio que está acontecendo hoje”, afirmou o vice-presidente da comunidade judaico-humanista do Brasil, Fabiano Amaral.
Segundo Amaral, o povo israelense não compactua com esse regime. “Muitos em Israel hoje estão se manifestando também no sentido de dar a liberdade e os direitos civis ao povo da Palestina”, afirmou. A opinião é semelhante à do diretor religioso da Sociedade Beneficente Muçulmana do Paraná, Gamal Omaire. “O pedido de paz justamente vem somar as forças, para que possam conviver realmente dois povos - judeus e árabes. São povos que pertencem ao mesmo pai, Abraão, de uma forma respeitosa, harmônica, pacífica, onde haja um estado palestino e um estado israelense ao mesmo tempo”, disse.
Omaire também apontou o sionismo como responsável pela situação conflituosa na região de Gaza. “É necessário para o mundo, nós não aguentamos mais essa barbárie perpetrada pelo sionismo. Porque o problema na região não é a religião judaica, mas sim a política sionista, que tem exterminado o povo palestino de forma constante”, criticou.
O evento foi encerrado com representantes de ambos os grupos de mãos dadas, pedindo, em coro, por paz.

Fonte: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2014/07/judeus-e-muculmanos-se-reunem-em-curitiba-para-pedir-paz-em-gaza.html

sábado, 19 de julho de 2014

Ucranianos em Curitiba pedem fim da invasão russa em território da Ucrânia
Fonte: http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/ucranianos-em-curitiba-pedem-fim-da-invasao-russa-em-territorio-da-ucrania/3509129/

Palestinos que moram na fronteira se mobilizam para pedir paz
Fonte: http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-1edicao/videos/t/foz-do-iguacu/v/palestinos-que-moram-na-fronteira-se-mobilizam-para-pedir-paz/3508379/

Senegaleses empreendedores são exemplos para ganeses em Caxias do Sul - RS

Cidade gaúcha recebe imigrantes em busca de vida melhor no Brasil.
Há quatro anos na cidade, alguns estrangeiros abriram o próprio negócio.

Carla Simon Do G1 RS, em Caxias do Sul
 

Gráfica senegaleses ganeses Caxias do Sul RS (Foto: Carla Simon/G1)
Há quatro anos em Caxias do Sul, Michel (E) é dono de uma gráfica (Foto: Carla Simon/G1)
Em busca de trabalho e de uma vida melhor no Brasil, centenas de ganeses deixaram seu país natal e começaram a desembarcar em Caxias do Sul, na serra gaúcha, há cerca de duas semanas. O mesmo caminho já foi percorrido anteriormente por imigrantes senegaleses e haitianos. Anos depois, alguns deles abriram negócios, prosperaram e hoje servem de exemplo para os estrangeiros recém-chegados.
Desde o início de julho, mais de 350 ganeses passaram pela cidade. Aproveitando a Copa do Mundo, os estrangeiros entraram no país com vistos de turista, válidos por 90 dias, e decidiram ficar em busca de emprego e melhores condições de vida. Em Caxias, eles protocolam o pedido de refúgio, que garante a permanência legal no país até que a solicitação seja analisada pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça.
 
Na manha desta sexta-feira (18), 96 ganeses permaneciam em abrigos na cidade, segundo a prefeitura. Autoridades dizem que eles são atraídos por promessas de trabalho, facilidades para conseguir o protocolo de refugiado e uma rede de assistência aos imigrantes. A rapidez na emissão do protocolo de refúgio na cidade da Serra faz com que os imigrantes venham de vários estados do país, como Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Muitos chegam apenas para buscar o documento, sem interesse em permanecer na cidade. Depois, partem em busca de uma vida nova no Brasil, longe da crise econômica vivida atualmente em Gana.
Há quatro anos, dois imigrantes senegaleses chegaram ao Rio Grande do Sul com o mesmo objetivo. Hoje, ambos comandam o próprio negócio. Cheikh Mbacke Gueye, ou Michel, como é conhecido pelos brasileiros, de 25 anos, é dono de uma gráfica no centro de Caxias. Abdou Lahat Ndiaye, carinhosamente chamado de Bili pelos amigos, de 27 anos, é proprietário de uma empresa de telefonia na cidade serrana.
Michel chegou a Minas Gerais em 2010, passou pelo Paraná e, por último, veio para o Rio Grande do Sul. O objetivo do senegalês era trabalhar em uma gráfica, já que no seu país de origem, exercia a função de diagramador. Em Minas não conseguiu o emprego que queria porque não dominava a língua portuguesa. Ele diz que no início, não falar português o impedia de conseguir um emprego melhor. “É difícil, mas depois que aprendi foi mais fácil a vida aqui”, diz Michel, que também fala francês e wolof, um dialeto africano.
Gráfica senegaleses ganeses Caxias do Sul RS (Foto: Carla Simon/G1)
Segundo Michel, vida no Brasil fica mais fácil com
domínio do português (Foto: Carla Simon/G1)
No Paraná, Michel trabalhou em um frigorífico durante três meses. Ficou sabendo de uma boa oportunidade em Passo Fundo, no Norte do Rio Grande do Sul, e morou no local por um ano e meio. Quando percebeu que dominava a língua portuguesa, partiu em busca do sonho: o de ter a própria gráfica. “Eu trabalhava com o meu pai em uma gráfica no Senegal, mas como a gente não se dava muito bem, resolvi vir para o Brasil”, detalha.
Michel ficou sabendo através do irmão, que morava em Minas Gerais, que a situação no país estava muito boa, que era fácil de conseguir emprego. Após três anos, conseguiu juntar dinheiro e visitar a família no ano passado no Senegal. “A passagem é cara, mas a vale a pena”, diz ele, sobre os mais de R$ 3 mil gastos na passagem de ida e volta.
O empreendedor diz que adora estudar e desde que chegou ao Brasil investiu na carreira que sonhava. “Fiz curso de AutoCAD, de manutenção de computadores e agora estou fazendo aulas para criar sites”. Michel sonha grande e já planeja dar aulas de francês e até fazer um filme. “Nós, senegaleses, somos muito trabalhadores. A gente gosta de serviço”, garante.
Início é o difícil para imigrantes, diz empreendedor
A história de Bili não é muito diferente. Ele chegou a Fortaleza em 2010 e viajou para Rio de Janeiro e São Paulo em busca de trabalho. “Me disseram que não tinha trabalho por lá, então resolvi vir ao Rio Grande do Sul porque conhecia senegaleses que moravam em Passo Fundo”, conta.
Empresa de telefonia Caxias do Sul RS (Foto: Carla Simon/G1)
Bili (D) é proprietário de loja que oferece serviços
de telefonia (Foto: Carla Simon/G1)
No norte gaúcho, Bili trabalhou durante três meses em uma empresa do setor de alimentação, mas ficou sabendo de uma oportunidade melhor de emprego em Caxias. Foi então que decidiu viajar até a Serra para se estabelecer. Ele trabalhou durante três anos como operador de máquina em um frigorífico. Após juntar dinheiro suficiente, abriu uma loja que oferece serviços de telefonia para quem quer ligar para o exterior e de transferência de dinheiro. “Vi que faltava esse tipo de serviço aqui. Quando eu cheguei não sabia de onde ligar para casa ou mandar dinheiro. Então resolvi abrir a empresa”, recorda.
Bili conta que deixou o Senegal porque não encontrava emprego. Desde que veio morar no Brasil, visitou a família apenas uma única vez, mas sabia que tinha que retornar. “Senti falta de Caxias quando estava lá. Eu adoro essa cidade”. O senegalês diz que apoia os conterrâneos que chegam aqui. “Sei que é difícil para eles. Não é fácil conseguir um emprego que pague bem, mas tem que ter coragem e encarar os desafios”, aconselha.
Muitos compatriotas de Bili, porém, desistiram e voltaram ao país de origem. O principal motivo foi a decepção com o mercado de trabalho. “No início, eu ganhava o mesmo que ganhava no Senegal, mas a vida aqui é melhor”. De tanto que gosta da cidade, o empresário trouxe o irmão Ibu, de 22 anos, para trabalhar com ele. “É alguém da família por perto”, diz.
Hoje, o empresário leva uma vida confortável em Caxias. Ele é presidente da Associação dos Senegaleses na cidade e orienta quem chega que, no início, nada é fácil, mas as conquistas chegam aos poucos. Segundo Bili, no fim do ano passado, cerca de 700 senegaleses viviam na cidade. “Agora já passa de mil. É assim, um diz para o outro que está bom e eles vêm para cá”.

Fonte: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/07/senegaleses-empreendedores-sao-exemplos-para-ganeses-em-caxias.html

quinta-feira, 17 de julho de 2014


A rotina dos imigrantes no Rio Grande do Sul

Maioria dos estrangeiros enfrenta dificuldades nos primeiros meses para conseguir emprego.

Foto: Eduardo Matos / Rádio Gaúcha

 

Muitos dos estrangeiros que escolheram o Rio Grande do Sul para viver ou para ficar algum tempo enfrentam dificuldades até conseguirem a regularização no Brasil. A Rádio Gaúcha foi ouvir alguns que estão em situação ilegal no país. Há casos de quem está há três meses e ainda não conseguiu um trabalho, vivendo de doações e de ajuda de voluntários.
A nova onda de imigração no Rio Grande do Sul, motivada principalmente pela entrada de ganeses através de Caxias do Sul em razão da Copa do Mundo, apenas trouxe à tona algo que já vem acontecendo há bastante tempo e que não é solucionado. As dificuldades que os estrangeiros
enfrentam no Brasil, sejam os que entraram legalmente como turistas e decidiram ficar ou os que ingressaram ilegalmente e pedem refúgio argumentando perseguição religiosa ou política.
O peruano Dante, de 21 anos, buscava ajuda na Igreja Pompéia, acompanhado da namorada, a argentina Rossia, de 21 anos. Com um tom de voz baixo e sem querer dar muito assunto em razão da sua situação no país, que é ilegal, disse que decidiu procurar o Brasil para trabalhar.
“Vim para trabalhar”, diz o peruano.
Dante conta que o trabalho no Peru é muito difícil. Também que está para conseguir um emprego em Porto Alegre. Ele está há três meses vivendo de bicos.
“Estou há 90 dias. Durmo num prédio aqui por perto”, conta o jovem.
A conversa vai e vem e Dante volta a falar na falta de trabalho.
“Falta trabalho”, lamenta.
A argentina Rossia chegou no Rio Grande do Sul de ônibus. Conheceu o peruano Dante em Porto Alegre. Também escolheu o Brasil pelo mesmo motivo do namorado.
“Para trabalhar”, afirma a argentina.
Na Argentina, Rossia fazia bicos.
“Cuidava de crianças e de idosos”, conta a jovem.
Rossia está há dois meses em Porto Alegre e ainda sem prazo para regularização no Brasil. Não gosta de falar sobre o assunto, mas diz que está encaminhando a documentação.
 “Em tramite, em tramite”, reclama a argentina.
Ao contrário do casal Dante e Rossia, o senegalês Lamin, de 20 anos, é bastante falante. Diz que chegou ao Rio Grande do Sul há quatro meses. Mais um que veio para o Estado em busca de trabalho.
“Eu vim por causa do trabalho. O trabalho no Senegal está bom, mas os salários são muito baixos”, afirma o senegalês.
O senegalês atualmente trabalha como ajudante de cozinha.
“Aqui eu trabalho no Press Café. Tá bom. Eu fiz curso de cozinha Aprendia a cozinhar”, comemora o jovem.
Apesar de admitir ter uma vida melhor no Brasil do que tinha no Senegal, segue enfrentando dificuldades. Lamin conta que os senegaleses chegaram em grupo e estão em diversas cidades brasileiras.
“Somos 400 senegaleses no Brasil. Estamos em Caxias, São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro...tudo”, destaca Lamin.
Gabriel, de 22 anos, é colombiano e está há três meses em Porto Alegre. Outro que diz que veio em busca de trabalho.
“Porque meu irmão mora aqui e ele me falou que aqui é muito bom, tem mais trabalho que no meu país. No meu país quase não tem oportunidade de trabalho”, lamenta o colombiano.
O colombiano conta a sua rotina para conseguir se sustentar.
“Os estrangeiros ficam sozinhos aqui. Se não tem gente conhecida, tem que sair na rua a buscar trabalho. Nesse momento não tenho trabalho. Estou procurando alguma indicação para poder pegar algum trabalho”, conta o jovem.
O também colombiano Jaimer, de 26 anos, acompanhava o amigo Gabriel. Chegou por indicação e a procura de emprego. Diferente do parceiro, já tem um trabalho.
“Por colegas que estão aqui faz muito tempo. Me falaram que tem muita oportunidade de trabalho. Eu tenho trabalho, tenho salário. Pude trazer minha família para cá. Moro com minha mulher e meu filho”, diz o colombiano.
Jaimer diz que é autônomo e que tem dinheiro suficiente para se manter.
“Trabalho como comerciante autônomo. Camelô. Tenho umas pessoas conhecidas que me deram trabalho pra gente com mercadoria. Então muito bom, muito bom negócio na rua”, comemora Jaimer.
Se no Brasil ainda enfrenta dificuldades, afirma que na Colômbia as coisas estavam muito piores.
“É uma pena dizer, mas na Colômbia está muito difícil trabalho e aqui muita oportunidade de trabalho”, lembra o jovem colombiano.
O ganês Abdul Rachid Zukeru, de 28 anos, recém chegou em Caxias do Sul, na Serra gaúcha. Veio para o Brasil com visto de turista para a Copa do Mundo e agora pede refúgio, alegando perseguição em seu país. Está provisoriamente no Seminário Nossa Senhora Aparecida. Ele conta porque decidiu deixar sua terra natal.
“Porque a economia lá está muito, muito ruim. Está muito, muito dura. Estamos achando muito, muito difícil. Imaginem que você compra algo e vai revender. Todo o lucro que você usa é somente para a sua família. Você não pode economizar nada para o seu futuro filho e filha”, lamenta Abdul.
Abdul deixou em Gana o pai e a mãe que, segundo ele, estão com saúde frágil. Também deixou a esposa e dois filhos. Um deles, inclusive, Abdul nem viu nascer, por estar em viagem ao Brasil. Ele conta porque escolheu o país.
“Eu decidi pelo Brasil, porque eu vi que é um país muito bom. Vocês gostam de pessoas. Vocês gostam de homens negros. Vocês consideram que todos somos uma família, um povo, você entende? E aqui tem dinheiro. Aqui você consegue um trabalho, você consegue dinheiro”, conclui o ganês.
O aquecimento da economia brasileira nos últimos anos vem aumentando a imigração no Brasil. Assim como o ganês Abdul, o peruano Dante, a argentina Rossia, os colombianos Gabriel e Jaimer e o senegalês Lamin, todos vêm em busca de uma vida melhor.
Na próxima reportagem, o que dizem as autoridades sobre a nova onda de imigração no Rio Grande do Sul.

Fonte: http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/a-rotina-dos-imigrantes-no-rio-grande-do-sul-108999.html
 

quarta-feira, 16 de julho de 2014


Igreja acolhe mais de 200 imigrantes por mês em Porto Alegre -RS

Maioria dos estrangeiros entra no Estado em busca de trabalho

 
Foto: Eduardo Matos / Rádio Gaúcha
O Rio Grande do Sul convive com mais uma onda de imigração. Em 2012, foram os haitianos ingressando no Estado em grande número. Neste ano, são os ganeses, aproveitando o visto de turista para a Copa do Mundo, que decidem ficar, principalmente em Caxias do Sul. Até agora são cerca de 300. Mas há também os moradores de países vizinhos, que por estarem perto não chamam tanta a atenção, mas são maioria que decidem fixar residência em solo gaúcho.
Na ausência de políticas públicas específicas para os estrangeiros, o papel é assumido por voluntários. Em Porto Alegre, o Centro Ítalo Brasileiro de Assistência e Instrução às Migrações, o Cibai, é referência. A entidade, ligada à Igreja Católica, já atendeu somente neste ano 1.466 estrangeiros das mais diferentes nacionalidades. O padre João Marcos Cimadon trabalha há 12 anos com esse tema.
“O primeiro passo é a acolhida, é a orientação. Depois nós temos o apoio para a questão da documentação dos migrantes e o apoio emergencial”, conta o padre.
O apoio emergencial referido pelo padre é a doação de roupas e alimentos, já que todos os estrangeiros que buscam a entidade estão em dificuldades. O trabalho é voluntário. Mesmo sendo uma entidade vinculada à Igreja Católica, o atendimento é para qualquer religião, garante o padre.
“A grande maioria dos que nós atendemos não são católicos. Muitos são de outras crenças religiosas, mas a gente não deixa de prestar um serviço, né. O que a gente valoriza é a questão do ser humano, independente do credo ou de sua religião.”, diz o religioso.
De acordo com o Cibai, a busca por trabalho é o principal motivo da entrada de estrangeiros no Rio Grande do Sul. São pessoas que deixam sua terra natal para buscar uma vida melhor.
“O Brasil neste momento demonstrou um pouco esse crescimento, o que dá uma figura lá fora de que tem muito trabalho, oportunidades para crescer”.
O padre João conta que muitos estrangeiros são trazidos por empresas.
“No Rio Grande do Sul a gente percebe que há falta de mão de obra. Então a solução das empresas é buscar essas pessoas de duas formas. Uma que a mão de obra é barata. E outra é porque o brasileiro se qualificou e está exigindo mais, deixando vaga para esse tipo de trabalho”.
As nacionalidades são as mais variadas. A maioria é de países latino-americanos, como Uruguai, Colômbia e Peru. Mas há grande número de africanos e europeus. Praticamente todos enviam a grande maioria do salário para os familiares que ficaram no país de origem.
“A grande preocupação deles é poder manter a família que ficou no país de origem. Então geralmente eles fazem a suas economias e quase 50% do próprio salário eles enviam para a família”, conta o padre João.
Muitos estrangeiros que chegam no Rio Grande do Sul ficam algum tempo sem trabalho. Quando conseguem, fazem trabalhos informais até conseguir um emprego formal.
“Os dois tipos de trabalho maior, é a construção civil e em frigoríficos. Mas também tem outros que trabalham no setor de limpeza. De início, qualquer trabalho eles aceitam”.
O padre João lembra que outra dificuldade dos estrangeiros é o idioma, mas diz que sempre se dá um jeito.
“Num primeiro momento nos comunicamos em espanhol. Muitos falam em espanhol. Mas com gestos a gente procura se entender da melhor forma, né. Quando existe muita dificuldade, às vezes a gente busca pessoas que falem, por exemplo, francês para que nos ajudem na tradução”.
Em geral, os estrangeiros chegam em grupos em que pelo menos um compreende bem o português.
“Entre eles mesmos geralmente tem um que fala mais o português. Então entre eles existe a tradução. A gente procura falar com aquela pessoa que fala o português e ele repassa as informações pra essas pessoas”.
Outra iniciativa, também voluntária, é o ensinamento da língua portuguesa aos estrangeiros.
“A gente começou também um curso de Português para imigrantes. São em torno de 80 imigrantes que participam desse curso. O curso é totalmente gratuito, com professoras voluntárias”.
Entre os 80 imigrantes da turma, estão haitianos, senegaleses, ganeses, colombianos, peruanos, dominicanos e salvadorenhos. Além dos professores, o Cibai conta com outros voluntários, como psicólogos e advogados. O padre conta que o perfil do imigrante vem mudando.
“São jovens, entre 25 e 35 anos. Vêm sem a família. Às vezes só o homem ou só a mulher. São de cultura diferentes da brasileira. Conversando com empresários, dizem que são responsáveis, pontuais, trabalhadores. Usam muito os meios de comunicação, como celulares e internet”.

O pesquisador
O professor universitário aposentado Jurandir Zamberlam pesquisa há mais de uma década a imigração no Rio Grande do Sul. Ele é um dos voluntários do Cibai. Por desconhecerem a legislação trabalhista brasileira, muitos estrangeiros regularmente contratados denunciam irregularidades, que muitas vezes não se confirmam.
“O trabalhador que vem de países que não têm essa legislação estruturada no arcabouço jurídico tem dificuldade de entender determinados descontos que ocorrem sobre o salário dele. Então em decorrência disso, muitas vezes nos procuram ou procuram pessoas ligadas à comunidade de igreja ou políticos, mas são orientados que essa é nossa realidade”, diz o pesquisador.
Jurandir conta que existe um outro tipo de imigrante que também procura acolhimento. São os estudantes universitários.
“A maioria vem de países da África e América Latina. Qual é a grande dificuldade? Eles fazem a seleção lá na embaixada brasileira no paíse origem deles e vem tendo garantida a vaga numa universidade e se responsabilizam de assumir as despesas cotidianas. Mas quando eles chegam aqui eles encontram dificuldades sérias.  E eles nos buscam, principalmente nos seis primeiros meses, porque é o período de cursos de adaptação nas universidades para a língua. Consequentemente eles não estão matriculados e não podem usufruir das vantagens, como do refeitório e meios de comunicação das universidades. O que eles buscam de nós aqui. É roupa, no período de inverno. E nas férias, alimentos”, ressalta Zamberlam.
O professor Jurandir também critica a falta de políticas públicas para esses estrangeiros.
“A ordem jurídica sobre a questão migratória está centralizada totalmente no poder federal. Então os municípios e os estados não se sentem responsabilizados. E o Governo Federal é documentar e selecionar. E não tem tido políticas públicas. Ultimamente graças a presença dos haitianos que forçou um debate nacional, começamos a entender que é preciso que município e estado também tenham políticas públicas voltadas para os migrantes. A Constituição Brasileira é bem clara. Todo o cidadão que reside no país tem direito à saúde...Os mesmos direitos de outros cidadãos. Mas o problema é conseguir chegar a esse estágio de ser considerado um cidadão brasileiro. Enquanto isso, ele recebe um protocolo. Mas esse protocolo não garante um emprego fixo e as vezes demora dois anos para vir a autorização de permanência no país”, ressalta.
O pesquisador lembra da necessidade de uma nova legislação sobre o tema.
“Consequentemente se busca a criação de uma nova lei migratória que contemple a possibilidade desses imigrantes vindos sob a forma de vistos humanitários ou de outras maneiras possam se estabilizar no Brasil”, conclui o professor.

Na próxima reportagem, confira a rotina dos estrangeiros que escolheram o Rio Grande do Sul para viver.
Fonte: http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/igreja-acolhe-mais-de-200-imigrantes-por-mes-em-porto-alegre-108997.html

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Prefeitura de Criciúma, em Santa Catarina, tem pistas sobre a vinda de ganeses ao Brasil

Boa parte dos que chegaram a Caxias do Sul, na Serra, veio do município catarinense

Prefeitura de Criciúma, em Santa Catarina, tem pistas sobre a vinda de ganeses ao Brasil Suelen Mapelli/Rádio Gaúcha Serra
Ganeses chegam na cidade e buscam apoio no Centro de Atendimento ao Imigrante Foto: Suelen Mapelli / Rádio Gaúcha Serra
Suelen Mapelli / Rádio Gaúcha Serra

Não é apenas Caxias do Sul que vem recebendo ganeses nos últimos dias. No município catarinense de Criciúma, 300 ganeses chegaram neste último mês. A prefeitura da cidade chegou a encaminhar nomes de pessoas suspeitas de estarem cobrando para trazer imigrantes ganeses para o Brasil. Todos os ganeses estão entrando legalmente no Brasil com vistos válidos para a Copa do Mundo.

Em Criciúma, no último dia 24, 65 ganeses foram encontrados em uma casa com cerca de 40m². De acordo com a secretária de Assistência Social de Criciúma, Solange Barp, a prefeitura apurou um suposto esquema para trazer ganeses ao Brasil. Pelo que foi apurado pela prefeitura, uma pessoa em São Paulo, supostamente, cobra R$ 9 mil de cada ganês. O esquema tem ramificações em Criciúma e Chapecó, também em Santa Catarina. A prefeitura repassou nomes a Polícia Federal de Criciúma.

Quase 200 imigrantes ganeses chegaram a Caxias desde a última quarta-feira. Boa parte deles veio de Criciúma porque a delegacia da Polícia Federal do município catarinense não consegue mais providenciar o protocolo de solicitação de refúgio no mesmo dia. Em Caxias, os imigrantes têm conseguido o protocolo em até dois dias. Com o protocolo, os imigrantes conseguem fazer documentos no Brasil.

Conforme a coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante de Caxias, irmã Maria do Carmo Gonçalves, dos quase 200 imigrantes que chegaram a cidade, um terço afirmou querer ficar em Caxias. Os demais, saíram da cidade e têm seguido para Santa Catarina e São Paulo.

A reportagem da Gaúcha Serra entrou em contato com a Polícia Federal de Criciúma e com a comunicação da Polícia Federal de Santa Catarina, mas não conseguiu entrevistas.


Fonte: http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/geral/cidades/noticia/2014/07/prefeitura-de-criciuma-em-santa-catarina-tem-pistas-sobre-a-vinda-de-ganeses-ao-brasil-4547088.html

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Igreja celebra dia dos marítimos nesse domingo

Scalabrinianos acompanham trabalhadores do mar nos Centros Stella Maris

                     
O Apostolado do Mar, ação pastoral que também é desenvolvida pela Congregação dos Missionários Scalabrinianos, lembra nesse domingo, dia 13, o dia dos trabalhadores marítimos, com a passagem do dia do mar.

Na mensagem deste ano, a Igreja pede às comunidades cristãs e à sociedade que tomem consciência da contribuição dos trabalhadores do mar e do trabalho relevante desenvolvido pelo Apostolado do Mar.

Mais de 90% das mercadorias em nível mundial são transportadas por cerca de cem mil navios que empregam uma força de trabalho de um milhão e duzentos mil marítimos de todas as raças, nacionalidades e religiões.

Os Centros 'Stella Maris', mantidos também pelos Missionários Scalabrinianos, são lugares onde os marítimos são recebidos e onde podem fazer contato com os familiares, usando diversos meios de comunicação colocados à sua disposição.

Detalhes com Roseli Lara
por Camila Panassolo (Web Rádio Migrantes), dia 10/07/2014 às 09:39
Fonte: http://redesul.am.br/N/G/149956

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Bispo afirma que igrejas devem fechar se não souberem acolher imigrantes

        
Grupo de ganeses está alojado em ginásio de Seminário. Foto: Noele Scur
A afirmação do bispo diocesano de Caxias do Sul sobre a situação precária dos estrangeiros na cidade é enfática. Dom Alessandro Ruffinoni considera que se a caridade não for praticada, não será mais preciso celebrar missas. "Se nós, como Igreja, não soubermos acolher o migrante podemos fechar as igrejas, parar de rezar missas e fazer sermões", disse.

Cerca de 70 ganeses estão alojados provisoriamente no ginásio do Seminário Nossa Senhora Aparecida à espera da liberação de documentos de refúgio pela Polícia Federal. Dom Alessandro, que é membro do Conselho Pontifício para Migrantes e Itinerantes, em Roma, entende que o migrante não representa um problema, mas uma possibilidade de praticar a hospitalidade. "Ele migra porque está em uma situação muito pior do que a nossa, que não aguenta mais", considera.

O bispo afirma que prefere não interferir nas ações do governo municipal. Ele defende que a Igreja tem sua responsabilidade, mas alerta que estariam informando aos migrantes que a Polícia Federal de Caxias do Sul facilita as documentações de refúgio.

Pelo menos 200 africanos de Gana chegaram a Caxias do Sul na última semana. A cidade já recebe haitianos e senegaleses há cerca de dois anos. A prefeitura informa não ter condições de atender a demanda, mas lideranças políticas defendem que o município recorra oficialmente ao governo federal para pedir auxílio.
por Noele Scur (Rádio São Francisco), dia 09/07/2014 às 16:23 
          

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Novos grupos de ganeses chegam a Caxias do Sul- RS

Força-tarefa está na Câmara de Vereadores para tentar alimentação e local para os estrangeiros dormirem

 
Novos grupos de ganeses chegam a Caxias do Sul Rafael Lopes/Divulgação
Novo grupo de ganeses recebe assistência para documentação na Câmara de Vereadores Foto: Rafael Lopes / Divulgação
 
Minutos antes de começar o jogo das quartas-finais da Copa entre Brasil e Colômbia, o movimento na Câmara de Vereadores de Caxias foi intenso, mas não em função de alguma torcida organizada. O local é neste momento um ponto de encontro de um grupo de 17 ganeses e representantes do Legislativo, Igreja Católica e Centro de Atendimento ao Migrante (CAM).

A força-tarefa auxilia ganeses no preenchimento de pedidos de refúgio à Polícia Federal e tenta encontrar algum lugar para que eles possam passar os próximos dias, já que a presidente da Fundação Assistência Social (FAS), Marlês Andreazza, adiantou que a prefeitura não tem condições de atender a essa nova demanda. A Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança (CDHCS) da Câmara está negociando com outras entidades para saber onde colocar os ganeses. A situação deve se agravar nas próximas horas, devido à informação de que um novo grupo de 20 homens de Gana chegou à cidade.

— Estamos conseguindo alimentação com entidades como a Fundação Caxias, mas é pouco. A situação está difícil — resume a presidente da CDHCS, vereadora Denise Pessôa (PT).

Os estrangeiros e a coordenação do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM) chegaram ao Legislativo hoje à tarde solicitando auxílio. Com a ajuda de servidores, estagiários e voluntários para fazer a tradução, os 17 estrangeiros que chegaram entre a noite de ontem e a tarde de hoje estão preenchendo documentações. Eles devem passar a noite na quadra de esportes do Seminário Nossa Senhora Aparecida.
 
Fonte: http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/geral/cidades/noticia/2014/07/novos-grupos-de-ganeses-chegam-a-caxias-do-sul-4543665.html