segunda-feira, 1 de abril de 2013


Pastoral do Migrante denuncia precariedade do atendimento aos haitianos no Acre

Relatório evidencia más condições de alojamento para mais de 500 imigrantes

Relatório da Pastoral do Migrante da Arquidiocese de Porto Velho classifica de violação de direitos humanos as más condições de alojamento a que está sujeito um grupo de 508 haitianos, concentrados em um galpão na cidade de Brasiléia no Acre, na fronteira com a Bolívia.

Segundo a Pastoral do Migrante as instalações precárias estão em um antigo clube de futebol, alugado pelo governo acreano. Não há higiene e nem chuveiros, com as famílias tomando banho de caneca, sem qualquer privacidade.

Do grupo fazem parte 13 crianças e seis mulheres grávidas que dividem os mesmos espaços com outros 495 adultos, sendo 80% homens. Os imigrantes haitianos dormem em colchões, amontoados, sem separação de homens e mulheres.

De acordo com a irmã Orila MariaTravessini a lentidão do governo na legalização dos documentos migratórios é outro agravante mencionado no relatório. "A permanência dos refugiados nessas condições pode durar de duas semanas a três meses, de acordo com as condições financeiras de cada um ou da rapidez ou lentidão dos órgãos estatais nacionais na emissão de documentos".

A religiosa diz que os imigrantes "... aguardam, retidos, concentrados num lugar que o quadro nos remete à ideia de uma senzala em pleno século 21”.

Os haitianos continuam chegando ao Acre e tentam seguir para São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia, mas em Brasiléia, há uma determinação na rodoviária local que proíbe os haitianos de embarcar sem CPF.

Dados do governo federal apontam 5.550 haitianos com Visto Permanente por Razões Humanitárias, com duração de cinco anos, podendo ser renovado. O governo do Acre alega estar prestando toda ajuda humanitária possível.

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