quinta-feira, 28 de novembro de 2013


 07/11/2013 10h52 - Atualizado em 07/11/2013 13h10

Polícia Civil investiga carta que 




ameaça baianos no Vale do Itajaí -SC

Documento circula na internet e culpa migrantes por problemas na cidade.
Polícia Civil investiga origem da carta que apresenta indícios de crime racial.

A Polícia Civil está investigando uma carta que ameaça baianos e circula em Brusque, no Vale do Itajaí.  Sem autoria declarada, a carta supostamente de moradores circula nas redes sociais há cerca de uma semana. Nesta quinta (7) ou sexta-feira (8), suspeitos devem ser ouvidos e um inquérito aberto, segundo o delegado Juscelino Carlos Boos.
Conforme a polícia, titulado de "aviso para os baianos", o documento faz ameaças aos migrantes nordestinos que moram no município e apresenta indícios de crime racial. Entre outros aspectos, a carta responsabiliza os baianos pelos problemas na cidade envolvendo, principalmente som alto durante as madrugadas.
"É muito cedo para dizer se foi uma brincadeira de mau gosto ou se foi efetivamente uma ameaça. Estamos investigando a origem da carta, quem a fez circular e quem a escreveu, de qual site teria partido, como foi inserida na rede", explicou Juscelino Carlos Boos, delegado da comarca da Polícia Civil de Brusque. De acordo com Boos, a investigação é considerada complexa, pois já houve muitos compartilhamentos nas redes sociais. Foi através delas que a polícia soube do caso. A carta menciona ainda que moradores de Brusque teriam registrado boletim de ocorrência (B.O.) denunciando problemas com som alto na cidade. Entretanto, segundo a Polícia Civil, não há registro de B.O.s específicos sobre os casos.
A Polícia Militar está realizando um trabalho de comunicados através da imprensa local, principalmente através de rádios, para prevenir novas ações com o mesmo aspecto. De acordo com o coronel Heriberto Rocha Peres, comandante da Polícia Militar de Brusque, o objetivo é impedir que se propague a situação, que teria revoltado, além dos migrantes citados na carta, os próprios moradores de Brusque. "Alguém escreveu por dois ou três, não por toda a população. Estamos em um estágio avançado de legislação, não podemos permitir esse preconceito", afirmou o coronel. Segundo ele, o Setor de Inteligência da PM está contribuindo com a Polícia Civil.

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