Livro do Haiti é lançado em Curitiba - PR no evento sobre deslocamentos forçados e migração
Adriana Santiago
Adital
"Deslocamentos Forçados, Fronteiras e Políticas Migratórias” foi o tema discutido no IV Seminário Nacional Cátedra Sérgio Vieira de Melo, realizado nesta segunda (30) e terça-feira (1) na Universidade Federal do Paraná (UFPR). A Agência de Informação Frei Tito de Alencar para a América Latina (Adital) foi convidada para falar sobre o livro 'Haiti por Si' (foto) e dividir a experiência de buscar esperança na reconstrução de um país pelos seus próprios cidadãos. O evento reuniu interessados em discutir e se atualizar sobre direito internacional e legislação brasileira sobre refúgio e apatridia, integração local e políticas públicas para os refugiados no Brasil.
A programação abordou em mesas-redondas assuntos como Refúgio e Políticas Migratórias; Cartagena+30: Refúgios, Apatridia e Reassentamento; o Legado de Sérgio Vieira de Mello; Migrações, Fronteiras Políticas do Brasil e Mercosul. Além disso, foram apresentados trabalhos acadêmicos relacionados ao tema central.
A Cátedra Sérgio Vieira de Mello existe há 10 anos e passou a funcionar em alguns países da América Latina com a finalidade de difundir o Direito Internacional dos Refugiados e auxiliar na formação acadêmica e na capacitação de professores e estudantes. Sérgio Vieira de Mello atuou como representante especial do secretário Geral da ONU para o Iraque. Ele foi morto, junto a outros 22 funcionários da ONU, em um bombardeio contra a sede da Organização em Bagdá, capital do Iraque.
Haiti por Si
Em um momento especial do evento, o diretor da Adital, Ermanno Allegri, foi convidado para falar da experiência do livro Haiti por Si, que quer estimular a reflexão sobre a ajuda internacional naquela ilha do Caribe que não tem estimulado a refundação do país pelos haitianos, ao contrário, tem criado um circulo vicioso de ajuda emergencial e importação de gêneros e mão de obra, que não mexe com a produção interna e perpetua a relação de dependência internacional. O livro ainda chama a atenção para a falta de incentivo à soberania do país em termos políticos e de desestímulos às organizações sociais. Contudo, destaca experiências positivas desenvolvidas por haitianos, algumas vezes com ajuda de colaboradores internacionais que fogem à lógica da maioria, que poderiam ser replicadas e estimuladas, se houvesse mais empenho, vontade política e soberania. Também são apresentadas no livro-reportagem artigos com especialistas haitianos, além dos jornalistas haitianos e brasileiros que o escreveram.
O padre haitiano Gustot Lucien, foi um dos que saudaram o lançamento do livro. Ele mora no Brasil há nove anos e atualmente cuida do Centro de Atendimento ao Migrante, em Curitiba, cidade que hoje tem mais de mil haitianos legais. Para ele, iniciativas como esta, ajudam ao povo do Haiti a não esquecer a sua história de luta e trazer esperança para um futuro melhor. "Mostra que vale à pena manter viva a nossa história”. Padre Lucien, diz que a maioria dos haitianos que está no Brasil vem também de países vizinhos, em busca da documentação permanente oferecido pelo Brasil, além, é claro, das ofertas dos atravessadores. Ressalta que escuta muitos relatos de preconceito, mas também de boa acolhida. O religioso ainda chama a atenção para a exploração da mão de obra, pois pagam menos do que aos trabalhadores brasileiros e, muitas vezes, os dispensam sem qualquer direito trabalhista. Porém, aposta que a xenofobia brasileira não tem a mesma consistência do que na Europa, devido às raízes locais serem de muitas migrações também.
Para o coordenador do evento e professor da Universidade Federal do Paraná, José Antônio Peres Gediel , afirma que o lançamento do livro é uma forma de contemplar uma demanda local, devido ao grande contingente de haitianos em Curitiba e que impõe um debate sobre o tema Haiti e seus aspectos históricos, cultural e, principalmente, de sua reconstrução sustentável, apesar dos sucessivos problemas políticos, culturais e naturais. Para o professor, é importante ter uma visão e uma perspectiva de desenvolvimento estruturante.
Fonte: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=77927&langref=PT&cat=
A programação abordou em mesas-redondas assuntos como Refúgio e Políticas Migratórias; Cartagena+30: Refúgios, Apatridia e Reassentamento; o Legado de Sérgio Vieira de Mello; Migrações, Fronteiras Políticas do Brasil e Mercosul. Além disso, foram apresentados trabalhos acadêmicos relacionados ao tema central.
A Cátedra Sérgio Vieira de Mello existe há 10 anos e passou a funcionar em alguns países da América Latina com a finalidade de difundir o Direito Internacional dos Refugiados e auxiliar na formação acadêmica e na capacitação de professores e estudantes. Sérgio Vieira de Mello atuou como representante especial do secretário Geral da ONU para o Iraque. Ele foi morto, junto a outros 22 funcionários da ONU, em um bombardeio contra a sede da Organização em Bagdá, capital do Iraque.
Haiti por Si
Em um momento especial do evento, o diretor da Adital, Ermanno Allegri, foi convidado para falar da experiência do livro Haiti por Si, que quer estimular a reflexão sobre a ajuda internacional naquela ilha do Caribe que não tem estimulado a refundação do país pelos haitianos, ao contrário, tem criado um circulo vicioso de ajuda emergencial e importação de gêneros e mão de obra, que não mexe com a produção interna e perpetua a relação de dependência internacional. O livro ainda chama a atenção para a falta de incentivo à soberania do país em termos políticos e de desestímulos às organizações sociais. Contudo, destaca experiências positivas desenvolvidas por haitianos, algumas vezes com ajuda de colaboradores internacionais que fogem à lógica da maioria, que poderiam ser replicadas e estimuladas, se houvesse mais empenho, vontade política e soberania. Também são apresentadas no livro-reportagem artigos com especialistas haitianos, além dos jornalistas haitianos e brasileiros que o escreveram.
O padre haitiano Gustot Lucien, foi um dos que saudaram o lançamento do livro. Ele mora no Brasil há nove anos e atualmente cuida do Centro de Atendimento ao Migrante, em Curitiba, cidade que hoje tem mais de mil haitianos legais. Para ele, iniciativas como esta, ajudam ao povo do Haiti a não esquecer a sua história de luta e trazer esperança para um futuro melhor. "Mostra que vale à pena manter viva a nossa história”. Padre Lucien, diz que a maioria dos haitianos que está no Brasil vem também de países vizinhos, em busca da documentação permanente oferecido pelo Brasil, além, é claro, das ofertas dos atravessadores. Ressalta que escuta muitos relatos de preconceito, mas também de boa acolhida. O religioso ainda chama a atenção para a exploração da mão de obra, pois pagam menos do que aos trabalhadores brasileiros e, muitas vezes, os dispensam sem qualquer direito trabalhista. Porém, aposta que a xenofobia brasileira não tem a mesma consistência do que na Europa, devido às raízes locais serem de muitas migrações também.
Para o coordenador do evento e professor da Universidade Federal do Paraná, José Antônio Peres Gediel , afirma que o lançamento do livro é uma forma de contemplar uma demanda local, devido ao grande contingente de haitianos em Curitiba e que impõe um debate sobre o tema Haiti e seus aspectos históricos, cultural e, principalmente, de sua reconstrução sustentável, apesar dos sucessivos problemas políticos, culturais e naturais. Para o professor, é importante ter uma visão e uma perspectiva de desenvolvimento estruturante.
Fonte: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=77927&langref=PT&cat=
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