segunda-feira, 5 de novembro de 2012

VIDA E CIDADANIA


Migração em massa redesenha Curitiba

Só nos últimos 4 anos, 18 mil pessoas foram deslocadas de um lugar a outro, mudando a geopolítica na periferia da capital
As migrações em massa de uma multidão de excluídos redesenharam nos últimos quatro anos a geopolítica nos subúrbios de Curitiba. À razão de 12 pessoas por dia, em média, elas foram tiradas de taperas à beira de rios para viver em casinhas da Cohab. De janeiro de 2009 até o mês passado, 32 reassentamentos erguidos nas bordas da cidade receberam 4.956 famílias, ou 18 mil moradores – população equivalente à da metade dos municípios do Paraná. Desde os primórdios dos programas de habitação popular, em 1967, Curitiba remanejou 45 mil pessoas.
Distância faz família perder o emprego
A família de Elisabete Rodrigues, 52 anos, diz ter esperado por 15 anos para ser contemplada com uma casa da Cohab, mas não esperava que fosse para tão longe. “Morávamos na Vila Piratini [Pinheirinho] e fomos contemplados na terceira opção, a mais longe”, reclama a aposentada. Havia opções de moradias na Vila Osternack e na Cidade Industrial, o que a deixaria perto dos parentes, que ainda moram no Pinheirinho. Ela chegou a visitar esses lugares antes de a Cohab decidir para onde iriam. Acabaram no Moradias Boa Esperança II, no Tatuquara.
Justamente pela mudança, segundo a família, o provedor do lar, Ednei Rodrigues, 23 anos, perdeu o emprego. “Trabalhava em uma gráfica no Pinheirinho e ia trabalhar de bicicleta. Depois da mudança, ficou impossível chegar no horário. Acabei dispensado”, conta o auxiliar geral, que diz estar tendo dificuldade para encontrar um emprego no seu novo bairro. Essa é a queixa de outros moradores do lugar.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br

Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Henry Milléo/ Gazeta do Povo /

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