segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Cerca de 150 senegaleses pediram refúgio em Caxias do Sul neste ano


Governo federal não considera que africanos cumprem os requisitos, diz PF.
Em situação ilegal, imigrantes enfrentam dificuldades na Serra do RS.

O número de imigrantes senegaleses que pedem refúgio em Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul, apresenta um crescimento significativo nos últimos três anos, como mostra reportagem da RBS Notícias (confira no vídeo). Segundo a Polícia Federal, de três solicitações em 2011, o número pulou para 127 em 2012. Neste ano, já houve cerca de 150 requisições.
Os imigrantes deixam o país africano por diversos motivos, e vivem em condições precárias e situação ilegal no Brasil. Eles enfrentam dificuldades para obterem o refúgio. Devido à alta procura, a PF limitou o atendimento a um africano por dia.
"O refúgio envolve determinados quesitos de caráter político, perseguição política mais sinteticamente, que o governo entende que não é o caso específico dos senegaleses", diz o delegado da PF em Caxias do Sul Noeci da Silva Melo.
Sem terem as situações regularizadas, os senegaleses não podem ser incluídos em programas sociais. Alguns contam com a solidariedade de moradores, como os mais de 25 que vivem no galpão da fábrica da empresária Clébia Trajano.
"Procuramos não deixar faltar nada para eles. Quando acaba o alimento, que eles olham para nós e dizem que não têm o que comer, corremos para o mercado e não deixamos faltar nada", declarou.
A falta de comunicação é o principal obstáculo dos imigrantes, já que o idioma oficial do Senegal é o francês. Com uma facilidade maior em falar português, o metalúrgico senegalês Billy Laraty já é conhecido por ajudar os africanos a se comunicarem na cidade gaúcha. Para isso, concilia o emprego que tem à noite com o auxílio aos companheiros.
"É uma coisa que tenho que fazer, não posso deixar quieto. Se eu parar, mesmo se estiver cansado e quiser dormir, não vai dar certo, porque eles precisam", diz o africano.

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