terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Para saber mais sobre o trabalho da Pastoral do Migrante no Brasil



André Luiz
Da Redação
José Carlos Alves Pereira, Coordenador do SPM

Neste mês de dezembro o Papa Bento XVI convocou toda a Igreja a rezar pelos migrantes, a fim de que, em todo o mundo, eles sejam acolhidos, especialmente pelas comunidades cristãs, com generosa e autêntica caridade.
No Brasil, a situação dos migrantes que chegaram ao país nos últimos quinze anos é mais delicada do que aqueles que já estão em terras brasileiras há mais tempo, como é o caso dos italianos, espanhóis, portugueses e outros povos.

Segundo o Coordenador Nacional da Pastoral do Migrante, José Carlos Alves Pereira, uma das grandes dificuldades dos migrantes recentes é a falta de documentação e, consequentemente, a falta de emprego, devido às irregularidades de documentos.
Diante desta realidade, a Pastoral do Migrante no Brasil, preocupada com as pessoas que vêm para o país, quase sempre sem ter com quem contar, realiza trabalhos que visam à inclusão social e à dignidade humana.
Os trabalhos da Pastoral do Migrante
A missão da Pastoral do Migrante é oferecer a essas pessoas uma acolhida digna, em nome da Igreja e dar-lhes condições de viver aqui como qualquer cidadão.
Dentre as diversas atividades da Pastoral, José Carlos destacou as visitas de acompanhamento, as missões populares, em que são realizadas celebrações com os migrantes, e a prestação de serviços sociais.
“Muitos deles chegam e não têm com quem contar, logo, oferecemos apoio e orientação jurídica para regularizar documentação, a fim de terem acesso à escola, hospitais, creches e postos de saúde. São mais de 100 migrantes que todos os dias buscam orientação, em postos da Pastoral,” disse Carlos José.
A Pastoral também oferece capacitação profissional – Informática, Corte e Costura, Língua Portuguesa e até Inglês. Outra forma de apoio são as iniciativas artísticas e culturais. “Esse pessoal que vem tem uma cultura muito linda e forte e que não pode ser escondida. Nós organizamos festivais de música, poesia, teatro, encontro de mostras de cultura geral, onde eles levam seus grupos folclóricos, seus corais e grupos de dança.”
O objetivo destas atividades é a inclusão social e a dignidade humana. “Uma vez que o migrante participa, tem mais condições de ser reconhecido como uma pessoa de direito, capaz de contribuir com a organização social no Brasil e de exercer todas as suas atividades como um ser humano digno.”
“A pastoral do migrante nunca olha essas pessoas como uma mão-de-obra, mas como pessoa, um ser humano de direito, de responsabilidades, capaz de contribuir com o bem viver do país”, ressaltou José Carlos.
Os migrantes e o medo
De acordo com José Carlos, o migrante chega ao país de destino com muitos medos e inseguranças. Primeiro, o medo do desconhecido, afinal ele parte para um lugar onde não conhece a fundo, com culturas e hábitos diferentes. Segundo, o medo institucional ou político, que é o receio de ser pego sem documentos, o que resultaria numa possível deportação.
Além disso, há o medo do trabalho escravo. Neste o imigrante receia ficar exposto ao trabalho degradante, por falta dos documentos. Ele precisa manter-se no país, se não está documentado, é obrigado a se entregar ao trabalho opressivo e humilhante, à troca de comida ou, às vezes, apenas de hospedagem. Por fim, o medo da discriminação pelo fato de ser diferente, tido como o menor, o diminuído, como sem importância pelos nativos da terra.
Os migrantes como intenção de oração Papa
José Carlos considera muito importante o Papa se interessar por esta causa, sobretudo em um mês em que se comemora o Dia Internacional do Migrante. De modo especial, em um contexto em que as migrações estão intensificando-se, motivadas principalmente pela fuga da pobreza, violação de direito, discriminação e xenofobia.
“A ação do Papa de rezar pelos migrantes vem para sensibilizar a comunidade, as autoridades políticas e as pessoas em geral, a acolherem de forma digna esses migrantes. A oração consegue falar com mais força aos nossos corações. Propor-se a rezar pelos migrantes tem esse significado humanitário e político muito forte!”

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