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Trabalhadoras que vieram do Haiti fazem parte do grupo contratado pela Mirasul
Crédito: fernando concatto / ESPECIAL/ CP |
Oportunidade é oferecida por indústrias locais a haitianos e senegaleses
Sete empresas de confecções e móveis de Sarandi, na Região do Médio Uruguai, contrataram 48 haitianos e oito senegaleses. Dez trabalhadores do Haiti foram trazidos do Acre no início de junho e, um mês depois, mais 38 vieram da cidade de Manaus. Os oito senegaleses empregados viviam no município de Passo Fundo. Os haitianos chegaram ao Acre depois que seu país sofreu um terremoto em 2010. Além disso, o Haiti enfrenta problemas decorrentes da guerra civil. Os próprios empresários arcaram com o custo do transporte dos trabalhadores ao Rio Grande do Sul e disponibilizaram moradia em Sarandi.
Nas empresas, os estrangeiros participam de cursos de qualificação e de outros voltados ao aprendizado do idioma português. A Mirasul Indústria Têxtil contratou dez haitianos e os oito senegaleses, sendo metade do grupo formado por mulheres. Recentemente, duas delas deixaram a empresa, que conta agora com 16 trabalhadores. O diretor-presidente do empreendimento, Bruno Pedro Rech, afirma que, ao contratá-los, levou-se em conta a falta de mão de obra e, acima de tudo, o lado humanitário, pois, para ele, essas pessoas precisavam de oportunidades de trabalho no Brasil.
O diretor-presidente destaca ainda que entre os desafios enfrentados pelos haitianos e senegaleses está a necessidade de aprender português e de se adaptar à alimentação. No momento, as atividades são nos setores de corte, costura e expedição. Além do salário, a empresa paga, durante um ano, o aluguel e as contas de água e de luz. Os funcionários também recebem os vales-alimentação e transporte. Um dos haitianos ensina francês aos brasileiros e um professor da empresa ministra aulas de português aos novos colegas.
A indústria de móveis Finger contratou 30 trabalhadores haitianos. Segundo a direção da empresa, a experiência é positiva e a produtividade aumentará com o passar do tempo, quando os funcionários estarão mais qualificados e aptos a desenvolver as atividades estabelecidas. Outras cinco indústrias de Sarandi contam, em seu quadro, com os demais trabalhadores do país caribenho. No município, nos fins de semana, são realizados momentos de integração entre estrangeiros e brasileiros, quando os haitianos e senegaleses aprendem, por exemplo, a preparar comidas típicas locais.
Haitianos e senegaleses trabalham em empresas de Sarandi. Diretor da Mirasul destaca ação humanitária
SARANDI – AGOSTINHO PIOVESAN
Sete empresas de confecções e móveis de Sarandi, na Região do Médio Uruguai, contrataram 48 haitianos e oito senegaleses. Dez trabalhadores do Haiti foram trazidos do Acre no início de junho e, um mês depois, mais 38 vieram da cidade de Manaus. Os oito senegaleses empregados viviam no município de Passo Fundo. Os haitianos chegaram ao Acre depois que seu país sofreu um terremoto em 2010. Além disso, o Haiti enfrenta problemas decorrentes da guerra civil. Os próprios empresários arcaram com o custo do transporte dos trabalhadores ao Rio Grande do Sul e disponibilizaram moradia em Sarandi.
Nas empresas, os estrangeiros participam de cursos de qualificação e de outros voltados ao aprendizado do idioma português. A Mirasul Indústria Têxtil contratou dez haitianos e os oito senegaleses, sendo metade do grupo formado por mulheres. Recentemente, duas delas deixaram a empresa, que conta agora com 16 trabalhadores. O diretor-presidente do empreendimento, Bruno Pedro Rech, afirma que, ao contratá-los, levou-se em conta a falta de mão de obra e, acima de tudo, o lado humanitário, pois, para ele, essas pessoas precisavam de oportunidades de trabalho no Brasil.
O diretor-presidente destaca ainda que entre os desafios enfrentados pelos haitianos e senegaleses está a necessidade de aprender português e de se adaptar à alimentação. No momento, as atividades são nos setores de corte, costura e expedição. Além do salário, a empresa paga, durante um ano, o aluguel e as contas de água e de luz. Os funcionários também recebem os vales-alimentação e transporte. Um dos haitianos ensina francês aos brasileiros e um professor da empresa ministra aulas de português aos novos colegas.
A indústria de móveis Finger contratou 30 trabalhadores haitianos. Segundo a direção da empresa, a experiência é positiva e a produtividade aumentará com o passar do tempo, quando os funcionários estarão mais qualificados e aptos a desenvolver as atividades estabelecidas. Outras cinco indústrias de Sarandi contam, em seu quadro, com os demais trabalhadores do país caribenho. No município, nos fins de semana, são realizados momentos de integração entre estrangeiros e brasileiros, quando os haitianos e senegaleses aprendem, por exemplo, a preparar comidas típicas locais.
Diretor da Mirasul: Empresa também pensou no aspecto social
O diretor da indústria Mirasul, Bruno Pedro Rech, emociona-se quando lembra do dia em que esteve no Acre. “Percebemos que aquelas pessoas que deixaram o Haiti por causa do terremoto e da guerra civil estavam no Brasil e não tinham onde trabalhar, por isso, a empresa pensou também no lado social ao contratar esses nossos irmãos”, afirma. Ele diz que no Acre percebeu que um jovem tinha problema em uma mão e em uma perna. “Eu lhe perguntei se gostaria de trabalhar numa indústria de confecções, e ele prontamente respondeu que sim”, lembra. Segundo o empresário, há 15 dias, os colegas perceberam que o rapaz, que perdeu o pais e os irmãos durante a guerra civil, apresenta avanços quanto aos movimentos da mão. “Isso nos emociona, pois estamos ajudando uma pessoa que estava abandonada no mundo”, salienta Rech.
Fernando Concatto, que integra a direção de entidades assistenciais em Sarandi, diz que os haitianos e senegaleses, quando chegaram ao município, foram recebidos com carinho pela comunidade local. “Eles não tinham nada e, por meio da Sociedade São Vicente de Paulo e pastorais comunitárias, conseguimos alimentos e roupas.” Concatto, que mantém contato permanente com os novos moradores, diz que pelo menos 50% dos haitianos perderam familiares. “Um nos contou que perdeu os pais, a esposa e os irmãos no terremoto de 2010 e, por isso, veio ao Brasil para trabalhar”, comenta. Segundo ele, os haitianos dizem que não querem mais voltar ao seu país. Parte dos haitianos que ainda têm familiares vivos no Haiti enviam-lhes 50% do salário.
O município gaúcho é polo regional de confecções. Segundo a Associação Comercial e Industrial de Sarandi (Acisar), a cidade conta com 35 empresas do setor têxtil, que empregam 1,5 mil trabalhadores. Já o segmento de móveis envolve 17 indústrias e 800 funcionários.
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