sexta-feira, 26 de outubro de 2012


                Novas visitas aos haitianos no Paraná

                          Paranavaí e Luanda


          Continuando com o projeto de acompanhar os grupos de migrantes haitianos do Estado do Paraná, me embarquei no domingo dia 07 de outubro para as cidades de Paranavaí e Luanda.
Cheguei em Paranavaí as 6:45 A.M. Fui buscado na rodoviária pelo Pe. Romildo Neves Pereira, coordenador  da ação evangelizadora da diocese de Paranavaí. Me hospedei na casa de Dom Jeremias Steinmetz, localizada na Rua: Francisco Viera Borges, 373.
        As 8:00 A.M, acompanhado pelo coordenador da ação evangelizadora da diocese, fui visitar uma primeira casa onde tem migrantes morando. Naquele momento encontramos apenas um haitiano em casa( Gaby Simeon) Ele não podia ir trabalhar, devido a um acidente sofrido no mês passado. Os outros estavam trabalhando.
  Nas conversas que tivemos, ele me contou como que aconteceu o acidente, ele estava junto com o patrão, indo para o trabalho numa camioneta, com várias outras pessoas, quebrou a barra de direção do carro, desgovernou e bateu.Este migrante até hoje só está conseguindo andar com apoio de muleta.
       No que diz respeito ao patrão, ele levou o pior,  encontra-se nesse momento em Curitiba para se tratar. O migrante da sua parte me garantiu que até agora a empresa está cumprindo seu papel, assumindo os gastos de seu tratamento.
 Sendo que os outros trabalham de dia, era impossível encontrar eles nesse período. No mesmo dia de tarde,fui para Luanda visitar um outro grupo. Lá, fui acolhido pelo Padre Antonio Delmiro Avelino pároco da paróquia N.S Aparecida, (44) 34251729 ou 34251223 eu esperava encontrar um grupo de 21 haitianos, saídos da nossa paróquia São Geraldo de Manaus, mas encontrei somente duas mulheres. Em  condições bastante difíceis, sem trabalho. Uma acabou de ganhar uma criança no mês passado, e a outra que também está grávida e deve ganhar a criança no mês que vem,  estava hospitalizada, devido a sua frágil condição, o médico queria que ela ficasse em observação.
  Nesse momento pelo que me disse o Pe. Antonio é a paróquia dele, que cuida dessas duas mulheres, pagando aluguel, dando alimentação, saúde….. ele me disse que ainda nesse mesmo mês que ele vai fazer um contrato de aluguel  para elas por mais um ano.  Na minha conversa com o Padre Antonio, perguntei para ele, se estava sabendo o motivo pelo qual, desistiram da empresa os demais haitianos? Ele me respondeu assim, segundo informações que ele recebeu de outras pessoas, o patrão não respeitava nada do que foi combinado lá em Manaus na hora de contratar. Eles estavam numa casa antiga , quando chovia, entrava muita água na casa. E, além disso queria descontar deles o dinheiro das passagens de Manaus para Luanda. É bom dizer que diante da situação crítica, das duas mulheres, dei uma pequena contribuição financeira para elas duas.(100 R$). Permaneci na cidade de Luanda até  11:45 do dia 08, quando me embarquei de volta para Paranavaí. Chegando em Paranavaí, Pe. Romildo Neves Pereira, me levou a encontrar mais haitianos. Eles também tiveram problemas com a empresa deles, por não respeitar segundo eles o acordo salarial. Esses tiveram o apoio da cúria de Paranavaí em certas coisas. Inclusive quando o empresário e eles se desentenderam, eles receberam aluguel por dois meses da cúria. Nesse momento, todos eles estão trabalhando, em outros lugares. Ao contrario de Luanda encontrei mais haitianos em Paranavaí, do que eu esperava(15).
 Na noite do dia 08, antes de eu retornar para Curitiba, Dom Jeremias, que é bispo de Paranavaí,  e Pe. Romildo, coordenador da ação evangelizadora e eu, enquanto jantamos, fizemos uma boa conversa sobre a atual realidade migratória no nosso Regional Sul II.
Parabenizei a Dom Jeremias e seus sacerdotes Romildo e Antonio, por estar dando atenção aos migrantes, colocando em pratica a proposta do Evangelho( Mt26,35 acolher Jesus nos chamados estrangeiros) e  documento de Aparecida sobre a migração:( É expressão de caridade, também eclesial, o acompanhamento pastoral dos migrantes. Há milhões de pessoais que por diferentes motivos estão em constante mobilidade. E diante dessa situação migratória, a Igreja como Mãe, deve sentir como Igreja sem fronteiras, Igreja familiar, atenta ao fenômeno crescente da mobilidade humana em seu diversos setores.Oferecendo atenção aos migrantes A.P(411-412).
                                                                                                                                                                Padre Gustot Lucien, c
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